Matriz 1942
terça-feira, 19 de abril de 2016
Porto Feliz 1819
"É muito menos extensa do que Itu e não tão bem
construída: sua localização, porém, é infinitamente mais aprazível.
Efetivamente, estende-se por uma colina, a cujo sopé corre o Tiete. De vários
pontos vê-se este rio, que serpenteia por um profundo vale, estando situadas em
margens várias fazendas; mas ao longe vêm-se extensas terras cobertas de matas
e de pastagens. A colina sobre a qual a cidade foi construída eleva-se quase a
pique acima do Tietê; contudo, em espaço considerável, estende-se muito suave,
até a margem do rio; nesse ponto, denominado porto, efetua-se os embarques pela
via fluvial. O terreno em que foi edificada Porto Feliz é muito acidentado. As
ruas da cidade não são calçadas, nem mesmo foram niveladas. As casas, baixas,
pequenas, afastadas umas das outras, só tem, em geral, o rés do chão; ao passo
que as de Itu são, em sua maioria, construídas de taipa, em Porto Feliz são
todas construídas com ripas cruzadas ( pau a pique ) e terra tapando os
interstícios, e isso porque na cidade e seus arredores não é encontrada a
argila própria para fazer a taipa. Há em Porto Feliz apenas um edifício
religioso, que é a igreja paroquial, sendo a única construção feita como as
casas de Itu. Na época de minha viagem, essa igreja, consagrada a Nossa Senhora
Mãe dos Homens, não estava ainda inteiramente terminada. Mede cerca de 58
passos de comprimentos, a contar da capela-mor até a porta de entrada; tem duas
torres, que servem de campanário, construídas, segundo o costume do país, dos
dois lados da porta central de entrada.
O Tietê atualmente, só contribui para embelezamento de Porto
Feliz; mas, com o correr dos tempos, dará a esta cidade a mais alta
importância. Com efeito, além do Salto de Itu, torna-se ele navegável um pouco
abaixo da mesma, e em Porto Feliz terão início as gigantescas navegações, a que
já me referi noutro lugar, e que ferem de espanto a imaginação dos europeus,
acostumados a seus rios mesquinhos...
Já a maior parte das casas de Porto Feliz pertence a
agricultores, e nessa localidade só vi um pequeno número de lojas e vendas.
Constitui a riqueza da região a cultura da cana-de-açúcar. Os habitantes de
Porto Feliz dizem ser suas terras, que tem cor vermelha, muito mais adequada a
cultura da cana do que as terras de Itu; acrescentam que com o auxílio de dez
escravos podem produzir mil arrobas de açúcar e mais até; enfim, que não é
necessário, depois de arrancada à cana, deixar repousar o terreno por mais de
dois a quatro anos. Mas, de outra parte, Porto Feliz está mais longe de Santos
do que Itu, gastando-se mais de oito dias para a viagem a Santos; na época de
minha passagem por ali, época em que o milho era raro e extremamente caro, os
arrieiros exigiam, para o transporte de uma arroba (14, 7 quilos) uma pataca e
meia (3 francos.), importância que, convém não esquecer, tinha valor muito mais
elevado do que atualmente.
(*) Auguste de Saint-Hilaire - Viagem A Província de São Paulo
(São Paulo, Livraria Martins Editora - Editora da Universidade de São Paulo,
1.972).
Porto Feliz.... sua economia em 1790
Em 1.797 a antiga freguezia de Nossa Senhora Mãe dos Homens
de Araritaguaba foi elevada à vila, passando então a chamar-se Pôrto Feliz.
Fazendo divisa com Itu, suas terras eram férteis e excelentes para o cultivo da
cana.
O levantamento de 1.798 acusa uma população de 3.337
habitantes divididos, em 3 Companhias de 515 fogos (casas). A escravaria era
numerosa constituindo 1/3 da população: 1241 cativos. Dêstes, 1.040 trabalhavam
na lavoura de cana, computando-se a escravaria dos engenhos e dos partidos.
A produção dêsse ano foi grande: 27.665 arrôbas, superior de
muito à de Campinas e só ultrapassada por Itu. Nota-se em Porto Feliz grande
número de partidos: 43 ao todo, mas, a sua produção sempre foi diminuta comparada
à dos engenhos. Os 43 partidistas produziram 4.473 arrôbas de açúcar, o que
daria em média 104 arrôbas para cada um. A maior produção não foi além de 2.001
arrôbas. A escravaria também era diminuta. Havia mesmo aqueles que lavravam a
terra sem o auxílio de escravos como Gonçalo Nunes Siqueira, solteiro, que
produziu 75 arrôbas somente com agregados.
O censo de 1.798 faz uma distinção curiosa entre os
agricultores de cana. Além dos senhores de engenho e do
"partidistas", relaciona lavradores que faziam quartéis de cana,
vendidos anualmente a um engenho.
Porto Feliz possuía então 51 engenhos movimentado por 806
escravos. Algumas fábricas tinham boa produção, na 1a. Cia., do capitão-môr
Francisco Correa de Moraes Leite, 7 engenhos produziram além de 1.000 arrôbas.
De modo geral, entretanto, a produção por engenho ainda não era apreciável,
regulando em média aproximadamente, 450 arrôbas.
A população do lugar aumentava rapidamente. Em 1.801 havia
5.205 habitantes. Crescera também o número de escravos: de 1.241 cativos que
havia em 1.798, passou a vila a contar com 1.985. Encontramos 62 engenhos, além
de 4 em Piracicaba, sujeita então a Porto Feliz. Enquanto crescia o número de
engenhos, o de partidos diminuía de 40 para 30 e a produção total da área
chegou a 32.871 arrôbas. Ainda nessa época, a cidade estava à frente de
Campinas na produção açucareira.
A grande maioria dos fabricantes era proveniente da própria
região e adjacências: dos 62 engenhos arrolados, 31 eram de agricultores da
própria vila de Porto Feliz e 15 de Itu. Os restantes eram de gente de Cuiabá,
Santos, Goiás, Parnaíba e Sorocaba.
Algumas fábricas funcionavam em sociedade. Vicente da Silva
Bueno, natural de Goiás, comprou uma fábrica em sociedade com Manuel de Sampaio
que a administrava. Cada um tinha seus próprios escravos, além daqueles que
pertenciam à sociedade e que eram em número de vinte e dois. Olavo José da
Silva ganhava 100$000 anualmente para administrar o engenho de Francisco
Barbosa. A produção de açúcar demandava zêlo: João de Oliveira Freire de
Andrade tinha seu engenho desbaratado por andar ausente.
Há um momento em que Porto Feliz, embora continuamente
próspera, tem a sua produção alcançada e superada por Campinas. No ano de
1.815, esta última já produzia 72.000 arrôbas de açúcar, enquanto a antiga
Araritaguaba acusava 32.424. Havia 66 engenhos e mais 15 em Piracicaba, além de
18 partidistas. Em 10 anos, o número de escravos aumentara apreciavelmente de
1.985 para 2.752; destes, 1.630 (sem incluir Piracicaba) eram empregados na
lavoura de cana.
A cultura canavieira era o denominador comum da região: em
372 agricultores, 84 dedicavam-se à cana de açúcar. Porto Feliz apresentava
grandes perspectivas e atraía gente pois o censo de 1.815 relaciona muitos
moradores novos e outros "armando-se para fazer assucar para o anno que
vem", como José de Arruda Leite, que viera de Sorocaba.
Ao findar o período colonial, a antiga freguezia de
Araritaguaba, juntamente com Itu e Campinas, movia os cordéis da produção
açucareira na Capitania. Em 1.822 a sua produção era de 98.253 arrôbas,
emparelhando com Itu e somente ultrapassada por Campinas. Era zona da mais
povoadas, com escravaria apenas ligeiramente inferior à de Campinas e Itu.
Tinha então 7.576 moradores, dos quais 3.227 eram escravos. Sua
lavoura canavieira como a das demais áreas citadas era quase totalmente de
exportação, escoando-se através de Santos. Abrangia 86 engenhos trabalhados por
1.937 escravos. Nessa época, a freguezia de S. S. Trindade de Pirapora,
pertencente à vila, tinha 19 engenhos com 521 cativos que produziam 20.576
arrôbas de açúcar.
Aparecem no censo de 1.822 alguns "negociantes de
negros novos" como Simão de Souza e José Manuel de Arruda, que, além
disso, também eram senhores de engenho.
O rendimento médio por fábrica também crescera:
aproximadamente 870 arrôbas. Já então havia um número razoável de
"engenheiros" que tinham produção significativa: 38 senhores
produziam mais de 1.000 arrôbas e um deles nada menos que 2.700. Contudo,
Campinas detinha a primazia no tocante às grandes produções individuais.
É lícito afirmar que na época da emancipação (1.797), Porto
Feliz estava no vigor de sua expansão canavieira, pois algumas décadas mais
tarde, a região decaíra, tendo apenas 38 engenhos que produziam 46.310 arrôbas.
Contudo, na época que nos interessa era, juntamente com Itu
e Campinas, a zona por excelência do cultivo da cana, fornecendo a base
econômica da Capitania de São Paulo.
(*) Algumas notas sobre a lavoura do açúcar em São Paulo no
período colonial.
Suely Robles Reis de Queiros Anais do Museu Paulista Tomo
XXI págs. 254, 255, 256 e 257
Porto Feliz: Origem e fundação
Segundo contam as crônicas, a capela de Nossa Senhora da
Penha de Araritaguaba, origem da atual cidade de Porto Feliz, foi fundada no
correr do ano de 1.721 por Antonio Cardoso Pimentel e Antonio Aranha Sardinha,
em terra da sesmaria deste ultimo. O que consta, porem, do Livro Tombo da
Igreja Matriz de Porto Feliz leva me a crer não haver Antonio Sardinha tornado
parte alguma nessa fundação.
"... ereção e instituição da Capela de Nossa Senhora da
Penha de Araritaguaba edificada e feita ao pé do rio Tietê, vizinho do sitio de
Antonio Cardoso Pimentel já falecido o qual a fez e se benzeu na era de 1.700
anos pelo que dizem os mesmos caseiros..."
Ai aparece como único fundador Antonio Cardoso Pimentel,
sendo a data de fundação 1.700 e não 1.721. Haja visto terem sido isso escrito
nesse Livro Tombo pelo segundo vigário de Araritaguaba, padre Francisco de
Campos, em junho de 1.747, de acordo com o que ouvira de pessoas que assistiram
a fundação dessa capela. Tanto no termo de doação do patrimônio, como em outros
documentos constantes desse Livro Tombo e referentes a essa fundação, não
aparece o nome de Antonio Sardinha.
O padre Francisco de Campos, ituano, antes de, em 5 de junho
de 1.717, haver tomado posse do cargo de vigário de Araritaguaba, já ali
residia, desde há muitos anos, em companhia de seu irmão padre Felipe de Campos
Bicudo, também ituano, e primeiro vigário de Araritaguaba, cuja posse se dera
em 9 de março de 1.728. Devia, pois, o padre Francisco de Campos estar muito
bem informado quanto a essa fundação, e, se não menciona o nome de Aranha
Sardinha, é porque este parte alguma teve nessa fundação.
Tendo Antonio Cardoso, instituidor e protetor dessa capela,
falecido em Itu no correr do ano de 1.721, foi em substituição nomeado seu
filho José Cardoso Pimentel para protetor. Quando este seguiu para Cuiabá, em
cujo caminho pereceu nas mãos dos índios paiaguás, foi nomeado em seu lugar
Cristovão Borges, casado com uma neta do fundador. Ora, se Aranha Sardinha
houvesse sido co fundador dessa capela, caberia a ele, por morte de Cardoso
Pimentel, o titulo de instituidor e protetor, o que não aconteceu.
Aranha Sardinha obteve a sua sesmaria de Araritaguaba por
carta de 5 de fevereiro de 1.728, cuja confirmação data de 18 de agosto de
1.732. Portanto, em 1.721 não possuía ainda a sesmaria em cujas terras foi
fundada a capela. Casou se ele em Itu, onde residiu e de onde creio era
natural, em 1.721, com Inês Dias de Alvarenga, filha de João Gomes de Escobar e
de Joana de Godói Bicudo. Ora, se até a data do casamento residia em Itu, somente
depois de 1.724 e que se transferiu para as terras da capela de Araritaguaba,
onde se abriu lavouras e alcançou a sesmaria.
Como se vê, Aranha Sardinha não foi co fundador da capela de
Nossa Senhora da Penha de Araritaguaba, como contam as crônicas, mas sim um dos
primeiros povoadores das terras dessa capela.
(*) F. Nardy Filho
Porto Feliz: antiguidade do porto de Araritaguaba
Posto que date de 1.720 a ereção da Capela de Nossa Senhora
da Penha, à margem esquerda do rio Tietê, no local denominado Araritaguaba,
capela erguida pela piedade e devoção de Antonio Aranha Sardinha e Antonio
Cardoso Pimentel, antes dessa data era já, o porto de Araritaguaba, conhecido e
aproveitado pelos valorosos sertanistas paulistas em suas viagens pelo sertão
brasileiro.
Em 1.628, ao fazer Dom Luiz de Céspedes Xeria, nomeado
capitão-general do Paraguai, a sua viagem do Rio de Janeiro à Ciudad Real de
Guairá (no Paraguai), foi daí, dessas barrancas de Araritaguaba que ele iniciou
a sua viagem fluvial; e isto afirmamos tendo à vista o seu mapa ou roteiro, o
local que nele coloca o seu ponto de partida no rio Tietê, considerando para
tal afirmativa o ponto em que marca esse porto e os rios e ribeirões
assinalados nas proximidades aquém e além desse local.
Mais de um mês ficou Dom Céspedes Xeria nesse porto, ao qual
dera o nome de Nossa Senhora de Atocha, levando todo esse tempo em construir
canoas e em outros preparativos necessários para a sua longa viagem...
O fato de ir Dom Luiz de Céspedes a procura desse porto para
a sua viagem ao Paraguai, nos induz a crer que essa rota era já conhecida e que
em São Paulo de Piratininga lhe fora indicada e isto nos leva a certeza que
esse porto além de conhecido era, também, aproveitado pelas primeiras
expedições dos paulistas que, por via fluvial, se internavam pelo sertão e das
quais nos falam os antigos cronistas...
Pelo que acabamos de expor, vê-se que muito e muito antes do
porto de Araritaguaba se tornar célebre pelas grandes expedições monçoeiras,
que dali partiram para a conquista do Paraguai e das minas de Cuiabá, era já
conhecido e aproveitado desde o começo da era seiscentista, e, talvez, mesmo
antes pelos sertanistas paulistas. Também o porto de Pirapitingui, de que nos
falam as antigas crônicas, outro não era senão o de Araritaguaba; e se assim
não fosse, não iriam Aranha Sardinha e Cardoso Pimentel, havendo tanta terra
nas proximidades dos povoados, pedir suas sesmarias em lugar tão deserto e
desconhecido.
Conta-nos Moreira Pinto que Araritaguaba fora antiga aldeia
de índios guayaná; pode ser, pois pouco acima, às margens do mesmo rio, nas
proximidades do lugar onde hoje se ergue a cidade de Salto, existiu a aldeia de
Paranaytu de índios dessa mesma nação. (1)
Caminhos de penetração da capitania de São Paulo
Também, em 1.629, o grande sertanista André Fernandes iria
conduzir, sob sua guarda, para o Paraguai, pelo mesmo porto de Araritaguaba, D.
Vitória de Sá, senhora fluminense e esposa de Céspedes Xeria. Também desceram,
no século XVII, o rio Tietê, Francisco Pedroso Xavier (para invadir e assolar,
em 1.675 e 1.676, reduções espanholas), Brás Mendes Pais, que se encontrava em
Mato Grosso, em 1.682, com seu irmão Pedro Domingos Pais e Pedro Leme da Silva,
o Torto; Manuel de Frias Taveira, que fez uma incursão contra os índios do
Itati, Gaspar de Godói Colaço que devassou, em 1.698, a região da Vacaria de
Mato Grosso, onde já havia estado anteriormente, em 1.676, com Pedroso Xavier;
Amaro Fernandes Gauto, partícipante da expedição de Godói Colaço, de 1.698,
também sobre Vacaria de Mato Grosso e muitos outros que a história não
conseguiu registrar.
Essas viagens do século XVII e das duas primeiras décadas do
século seguinte eram penosas e cheias de riscos e dificuldades. Os paulistas
embarcavam no rio Tietê, nas imediações de Itu ( Porto Feliz ), desciam o
Anhembi ( rio Tiete ) e depois o Paraná até as vizinhanças de Sete Quedas, onde
adentravam uns, rumo ao Sul, galgando a Serra do Maracaju para alcançarem o
Guairá; outros marchavam para Oeste, pelo vale do Apa ou Piraí, em busca do
Itati, ou, então, como terceira alternativa, tomavam direção NO para descerem,
desde suas cabeceiras, o Mbotetéu (ou Miranda).
Pelos idos de 1.685, o sorocabano Paschoal Moreira Cabral
Leme, o futuro descobridor das minas de Cuiabá, instalou-se, com sua comitiva,
à margem do Mbotetéu, depois Miranda, no sul de Mato Grosso, onde os paulistas
expandiram os seus domínios pelos campos da Vacaria, margens do Iguatemy e
terras da Serra do Maracaju. Paschoal Moreira Cabral, numa dessas investidas
contra os índios acabou encontrando, casualmente, em 1.718, nas margens do
Coxipó-Mirim, mostras de ouro. Diante do promissor achado, os bandeirantes
fizeram pesquisas mineradoras, com o auxílio de João Antunes Maciel e outros,
até serem atacados pelos índios. Todavia, quando escasseavam as esperanças e
toda a expedição sofria o risco de extermínio, apareceu, inesperadamente, a
bandeira salvadora de Fernando Dias Falcão. Assim, como escreveu Capistrano de
Abreu, Sem serem procuradas apareceram as minas de Cuiabá (...) as notícias
(...) levadas ao povoado, agitaram a população e levianamente se lançou à
terrível jornada que começava no Tietê ( porto de Araritaguaba-Porto Feliz ) e
prosseguia pelo Paraná...(2)
(1) Francisco Nardy Filho - O Estado de São Paulo - 25 de
outubro de 1.940, pg. 6 (Licença USP-SP em 1995)
(2) Anais do Museu Paulista, tomo XXXI, 1.982, artigo
Caminhos de Penetração da Capitania de São Paulo, Paulo Pereira dos Reis,
páginas 304 e 306.
Santa Casa de Misericórdia – A Ata de instalação (*)
Aos doze dias do
mes de Julho do anno de 1.908, ás onze horas da manhã, na sala das sessões da
Santa Casa de Misericordia de Porto Feliz, presentes o sr, José Esmedio de Paes
Almeida, vice-provedor em exercício do provedor e mais os sócios dr Draco de Alburqueque, dr.
Christovão da Gama, José Teixeira da Fonseca, Djalma Honorato de Arruda, Djalma
Pires, professor Roque Plínio de Carvalho, Tristão Pires de Almeida, Padre José
L. Rodrigues, Francisco Mauricio de Oliveira, José Ottoni de Sampaio, Pedro
Motta, Eugenio Motta, José Mauricio de Oliveira, Aquilles Jorge de Oliveira,
Antonio Pimenta Junior, Mathias Fernandes de Camargo, Luiz de Carvalho Filho,
Euchario Mauricio de Oliveira, secretario da associação, pelo mesmo provedor em
exercicio foi dito que tendo sido concluidos os trabalhos de adptação do predio
e se achado o mesmo provido de tudo necessario para o funcionamento da Santa
Casa, bem como satisfeitas as naturaes exigencias para esse fim declarava
installada a Santa Casa de Misericordia de Porto Feliz cuja direcção clínica
ficava a cargo do dr Christovão da Gama que, que sócio fundador, gratuitamente
tomará a esse cargo, sendo que o serviço
fharmaceutico ficaria a cargo do
fharmaceutico Adolpho Brand, estabelecido nesta cidade, havendo ainda
imcumbidos do serviço das enfermarias dois enfermeiros adrede contractados. Disse mais o provedor em
exercicio que, de accordo com o estabelecido nos estatutos devia ser eleita
nova directoria para a Santa Casa de Misericordia, sendo então eleitos para
provedor, José Esmedio Paes de Almeida, vice provedor, Padre José L. Rodrigues,
para mordomos José Teixeira da Fonseca, José Antonio Vieira, Mathias Fernandes
de Camargo, Francisco Mauricio, Tristão Pires, Pedro Motta, Pimenta Junior,
Djalma Pires, Luiz de Carvalho Filho, Levindo Pires, Djalma Arruda, para thesoureiro
Joaquim Agostinho Torres e para secretario Euchario Mauricio de Oliveira, sendo
os dois últimos reeleitos. Pelo socio Dr Draco de Albuquerque foi proposto e
aprovado que se lançasse nesta acta um voto de louvor ao sr José Esmedio Paes
de Almeida pelo modo dedicado com que desempenhou as funções do que foi
imcumbido desde a iniciação dos trabalhos para a fundação da Santa Casa até a
sua installação. Pelo sr José Esmedio Paes de Almeida foi dito que agradecia
este voto de louvor, e propunha identica manifestação ao dr Draco de
Albuquerque, que foi um seguro auxiliar seu no desempenho dessa missão,
dedicando-se igualmente a mesma cauza, sendo tudo approvado. E como mais nada
houvesse a tratar foi encerrada a sessão da qual eu, Euchario Mauricio de Oliveira,
secretario lavro esta acta que vai por todos assignada.
(*) Almanach de Porto Feliz – 1909 - Paschoalino Verdi e B.
Ferraz Gomide
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