Praça Duque de Caxias Largo da Penha...anos 60
Praça Coronel Esmédio
Praça Coronel Esmédio
Praça Coronel Esmédio
Praça Coronel Esmédio
Praça Matriz 1951
Praça Matriz 1938 e bomba de gasolina
Praça Duque de Caxias, Largo do Mercado
Praça da Matriz
Praça da Matriz
Praça da Matriz
Praça Coronel Esmédio e museu
praça Matriz anos 60
Praça Coronel Esmédio
Praça Coronel Esmédio
Praça Coronel Esmédio
Praça Eugênio Motta ou praça da Estação
Praça Eugênio Motta ou da Estação
Praça Matriz 1929
Praça Matriz
Praça Matriz 1920, com prefeito Eugênio Motta
Praça Matriz visita de Candido Motta 1926
Matriz e procissão
Matriz
Posto Shell Batelão
Matriz reforma
Matriz inicio do século..foto raríssima...
quarta-feira, 6 de abril de 2016
Porto Feliz escravidão subsídios
A posição
no domicílio e a cor da população em Porto Feliz
O tráfico fez
com que, no conjunto, a população se tornasse menos branca e parda, e mais
negra. Os
negros eram quase 30% em 1803 e mais de 45% em 1843. Isoladamente, tornaramse
maioria a
partir de 1829 (Quadro 1). Todavia, segmentando a análise, observa-se, como era
esperado, que
os negros nunca ultrapassaram 5% entre os livres. Pardos oscilaram ao redor de
26% e os
brancos sempre foram mais de 67% .
Quadro 1 –
Cor da População de Porto Feliz (1803-1843)
Branca
Parda Negra Total
Ano No % No % No % No
1803 2740 46,2
1428 24,1 1766 29,8 5934
1818 4799 46,0
2135 20,5 3503 33,6 10437
1829 3564 37,1
1241 12,9 4804 50,0 9609
1843 3289 36,6 1590
17,7 4112 45,7 8991
Porto Feliz..Monções a rudeza das Viagens
A era das monções durou
de 1700 a
1800, mais de um século. Saindo de Porto Feliz pelo Tietê,
milhares e milhares de
navegantes arrostaram os variados perigos da colossal viagem,
sulcando a serpenteante
malha fluvial que os conduziria ao coração da América, onde o
ouro brotava à flor da
terra. Muitos não chegaram às minas, perecendo no caminho,
acometidos por paludismo
e outras doenças tropicais, abatidos por índios, atacados por
feras ou vitimados por
acidentes diversos. A imponência das florestas ciliares, o curso caudaloso e
acidentado dos rios, a inclemência do sol, o tormento constante dos mosquitos,
o grande dispêndio energético no ato de remar, a exaustão física experimentada
quando das marchas margeando cachoeiras ... levando canoas às costas!
O meio selvagem, rude e
impassível, tornava perceptível, àqueles viajantes
Setecentistas (1800),
toda a insignificância da natureza humana, toda a vulnerabilidade do
homem que, voluntária e
deliberadamente, propunha-se a penetrar fundo em paragens
inospitaleiras e
indômitas. As paisagens se sucediam, ofertando visões diferentes, mas
sempre inarredavelmente
agrestes, inapelavelmente traiçoeiras...
Porto Feliz..Monções a rudeza das Viagens
A era das monções durou
de 1700 a
1800, mais de um século. Saindo de Porto Feliz pelo Tietê,
milhares e milhares de
navegantes arrostaram os variados perigos da colossal viagem,
sulcando a serpenteante
malha fluvial que os conduziria ao coração da América, onde o
ouro brotava à flor da
terra. Muitos não chegaram às minas, perecendo no caminho,
acometidos por paludismo
e outras doenças tropicais, abatidos por índios, atacados por
feras ou vitimados por
acidentes diversos. A imponência das florestas ciliares, o curso caudaloso e
acidentado dos rios, a inclemência do sol, o tormento constante dos mosquitos,
o grande dispêndio energético no ato de remar, a exaustão física experimentada
quando das marchas margeando cachoeiras ... levando canoas às costas!
O meio selvagem, rude e
impassível, tornava perceptível, àqueles viajantes
Setecentistas (1800),
toda a insignificância da natureza humana, toda a vulnerabilidade do
homem que, voluntária e
deliberadamente, propunha-se a penetrar fundo em paragens
inospitaleiras e
indômitas. As paisagens se sucediam, ofertando visões diferentes, mas
sempre inarredavelmente
agrestes, inapelavelmente traiçoeiras...
Porto Feliz : A viagem monçoeira de um governador e capitão-general (..de Porto Feliz até Cuiabá (1726)
Em julho de 1726, o governador e capitão general da capitania de São Paulo, Rodrigo
César de Menezes, partiu do porto de Araritaguaba, seguindo o roteiro fluvial Tietê-Cuiabá,
em direção à fronteira oeste da América portuguesa. Tinha como missão criar a Vila Real do
Senhor Bom Jesus do Cuiabá (1727) e instalar o aparato administrativo e fiscal no local, já
que as minas de ouro cuiabanas surgiam como promissoras fontes de riquezas. Demorava-se entre cinco e seis meses para chegar ao destino final e os guias preferiam viajar entre os meses de março e junho, época das cheias dos rios que tornavam a navegação menos arriscada.
O trajeto fluvial das monções poderia ser feito pelos rios Tietê, Grande, Pardo, Anhenduí,
Mboteteu, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá ou pelos rios Tietê, Grande, Pardo, Sanguessuga, Coxim, Taquari, Paraguai, São Lourenço e Cuiabá, tendo ainda pequenas travessias por terra, onde as canoas eram descarregadas e as cargas levadas pelos cativos. Até o ano de 1736, esta foi a única forma de se chegar a Cuiabá, sendo seu percurso perigoso, com muitas cachoeiras, corredeiras e ameaças de ataques indígenas. As monções, em português, significavam inicialmente ventos alternados que determinavam as épocas de navegação no oceano Índico. Na América portuguesa, o termo passou a designar a navegação fluvial para o oeste durante o século XVIII. As monções eram compostas por canoas organizadas em comboios que levavam autoridades e civis e mercadorias para serem comercializadas em Cuiabá. Trabalhando com o critério analógico, Sérgio Buarque de Holanda considerou que a ocupação das minas do Cuiabá pelos paulistas foi uma réplica em escala reduzida da colonização ultramarina. No que diz respeito às monções, ele associou as viagens para essas minas àquelas que eram realizadas pelos portugueses para o Oriente, pois elas também demoravam aproximadamente cinco meses, embora os fatores naturais fossem diferentes. Para o Oriente seguia-se o regime dos ventos, para o Cuiabá o regime das águas. Da mesma maneira, como o Oriente, as Minas cuiabanas foram consideradas lugares de lendárias riquezas.
Desse modo, entravam e saíam pessoas de Vila Real do Cuiabá e era efetuado o comércio.
Se, por um lado, a existência de um único trajeto podia evitar descaminhos do ouro e impedir a entrada de forasteiros que pudessem abrir concorrência aos paulistas, por outro, ele era complicado por causa das dificuldades existentes no decorrer da viagem e da falta de produtos nas minas, já que muitos chegavam deteriorados ou com preços exorbitantes.
Rodrigo César de Menezes foi o primeiro governador a se deslocar para as minas cuiabanas
por esse roteiro fluvial feito pelas monções. Sua viagem pode ser considerada inaugural e fundadora de ambiente urbano, já que ao percorrer os caminhos fluviais na condição de representante oficial do rei, reconhecia e tornava reconhecível para o Reino a sua rede de caminhos.
Ele informou ao rei que a viagem às minas cuiabanas era o maior serviço que tinha feito
em toda a sua vida, pois inúmeros eram os riscos que se impunham na travessia e intimi-
davam os tripulantes. Não havia viagem mais trabalhosa e “enfadonha, e antes se pode ir
à China três vezes do que intentá-la”. Quando alguém se considerava livre dos perigos dos
rios e dos índios, acreditando que pudesse descansar, deparava-se com “ares tão pestíferos”, sezões e sarnas. De malina morreu o seu mordomo em três dias, mesmo tendo o governador, antes de iniciar a viagem, ordenando que se desse a sua comitiva "triaga de vênia" para que ficassem livres das doenças malignas que grassavam entre os que faziam aquela viagem.
No relato do governador, o temor não era de monstros ou de seres fantásticos morado-
res das águas, tais como na época da conquista. Eram pavores reais, encarnados nos assaltos indígenas que ocorriam tanto nos rios quanto na terra. Eram cachoeiras, pedras e correntezas que formavam ondas como as do mar. Segundo Rodrigo César de Menezes, acrescentava-se a esses incômodos a péssima alimentação, limitada a alguma caça e frutas bravas, sendo a variedade das águas não menos prejudicial ao organismo. Antes de seguir viagem, ele supriu as monções de mantimentos para nove meses, mas os naufrágios e inundações fizeram com que muitos alimentos se perdessem, tendo o governador que se valer de roças de milho e feijão, “único manjar” que nelas se achava. Passou dias sem mais sustento, comendo apenas milho cozido e sustentando-se, no mato, com macacos, papagaios, araras e algumas cobras. Segundo o governador, quando “aparecia uma perna de macaco ou uma posta de lagarto, aqui cá chamam de jacarés era o maior banquete”.
Ainda perdeu dois mil cruzados, seu mordomo e seu cozinheiro, que, segundo ele, o prejudicou muito enquanto esteve na Vila Real do Cuiabá. Para um nobre e ilustre administrador português, a viagem causava estranhamento e repulsa, e a adaptação exigia abdicar-se do luxo e conforto a que estava acostumado.
Haja Apetite!
Alimentos Embarcados na Monção do Governador Rodrigo César de Meneses em 1726
A alimentação de monçoeiros - pobres ou ricos - foi assunto da postagem anterior. Houve, no entanto, exceções à regra absolutamente notáveis. Uma delas foi o excelentíssimo senhor governador capitão-general Dom Rodrigo César de Meneses, obrigado, por ordens de Sua Majestade, o rei de Portugal, a deixar São Paulo, empreendendo a duríssima viagem até Cuiabá, isso em 1726.Acontece que esse homem não era daqueles que perderiam a pose, mesmo metido em estreita embarcação meses a fio. Por isso, levou consigo gente que cuidasse de tornar sua vida tão cômoda quando fosse possível e, naturalmente, farta matalotagem para satisfazer-lhe o voraz apetite. Seu secretário, Gervásio Leite Rebelo, teve o cuidado de tudo registrar com o máximo critério, de modo que eis a aí a lista de tudo o que se embarcou para alimentação específica do governador, assegurando-lhe não ser torturado, diariamente, com o mesmíssimo virado à paulista que se preparava para os demais:
Grãos (não se especificam quais) ............................................ 4 alqueires
Aletria ............................................................................................ 7 arrobas
Cuscuz .......................................................................................... 4 arrobas
Manteiga ....................................................................................... 7 arrobas
Peixe seco ................................................................................... 4 arrobas
Doces ........................................................................................... 8 arrobas
Chocolate ..................................................................................... 4 arrobas
Marmelada ................................................................................... 144 caixas
Biscoitos ....................................................................................... 6 barris
Paios ............................................................................................. 2 barris
Queijos .......................................................................................... 60 unidades
Azeite de oliva ............................................................................. 5 barris
E, para que o digno representante de sua majestade "matasse a sede", embarcaram-se também:
Vinho ............................................................................................. 8 barris
Aguardente do Reino, ou seja, de uva ...................................... 8 frasqueiras
Aguardente da Terra, ou seja, de cana-de-açúcar .................. 3 barris
Para os demais integrantes da dita monção, foi embarcada uma grande quantidade de farinha (150 alqueires de farinha de milho e 100 de farinha de mandioca, além de 23 alqueires de farinha de trigo, o que era pouco usual), 65 alqueires de feijão e 12 porcos.
Ainda assim, o estrito secretário de Dom Rodrigo César de Meneses registrou que o fim da viagem, concluída a 15 de novembro de 1826, se fez sob muita falta de alimentos, a ponto de os remadores estarem bastante enfraquecidos. Nenhuma surpresa, já que eram eles que realizavam o mais árduo trabalho e os que, com frequência, menos cuidados recebiam.
Obs-desconheço o autor do texto...
Porto Feliz : As Monções
Após a Guerra dos Emboabas, os paulistas, impossibilitados de explorar o ouro de Minas Gerais, passaram a buscar novas zonas de mineração, descobrindo-as nos atuais Estados de Mato Grosso e Goiás.
Em 1719, a bandeira de Pascoal Moreira Cabral, subindo o rio Cuiabá à caça de índios, encontrou ouro nas margens do rio Coxipó-Mirim e, em 1725, a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva descobriu ouro em Goiás. A descoberta de ouro na região marcou o início das monções, expedições fluviais regulares que faziam a comunicação entre São Paulo e Cuiabá.
A palavra monção era usada pelos portugueses para denominar os ventos periódicos que ocorriam na costa da Ásia Meridional. Esses ventos, que durante seis meses sopram do continente para o Oceano Índico e nos seis meses seguintes em sentido contrário, determinavam a saída das expedições marítimas de Lisboa para o Oriente.
Na Colônia(Brasil), as expedições que utilizavam as vias fluviais foram chamadas de monções, não por causa dos ventos, mas por se submeterem ao regime dos rios, partindo sempre na época das cheias (março e abril), quando os rios eram facilmente navegáveis, tornando a viagem menos difícil e arriscada.
As monções partiam das atuais cidades de Porto Feliz e Itu, às margens do rio Tietê, levando em média cinco meses até alcançar as minas de Cuiabá.
No início as monções transportavam paulistas para as minas cuiabanas, mas logo tornaram-se expedições de abastecimento, isto é, bandeiras de comércio, levando mercadorias para as zonas mineradoras. A população das minas necessitava adquirir tudo que precisava, pois só estava interessada em achar ouro e enriquecer rapidamente.
A viagem era difícil devido às inúmeras corredeiras, febres, insetos venenosos, piranhas e, principalmente, ataques de índios. As canoas eram construídas à maneira indígena, cavadas em um só tronco e muito rasas. As maiores chegavam a transportar até 300 arrobas de carga, e com o tempo receberam toldos para evitar que as provisões se estragassem. A tripulação era formada pelo piloto, pelo proeiro e por cinco ou seis remadores que remavam em pé como os índios. A carga ficava no centro da canoa, os tripulantes na proa e os passageiros na pôpa. Navegavam entre 8 horas da manhã e 5 da tarde, quando embicavam as canoas nos barrancos dos rios, armando acampamentos. Alimentavam-se de feijão, farinha de mandioca ou de milho e recorriam à pesca, aos palmitos, frutos e caça.
Com o tempo, por medida de segurança, as viagens passaram a ser feitas em grandes comboios. O número de canoas e pessoas num comboio variava , mas sabe-se que um dos maiores, o do governador de São Paulo, D. Rodrigo César de Menezes, partiu de Porto Feliz com mais de 300 canoas e cerca de 3.000 pessoas.
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