segunda-feira, 2 de maio de 2016

Rua Adhemar de Barros, ao fundo o Colégio Monsenhor Seckler, na esquina a esquerda ainda não havia a escola Coronel Esmédio e, na esquina mais abaixo, nem a..."rotatória"...Anos 60

Porto Feliz 

Resumo histórico e atrações históricas


Porto Feliz é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 23º12'53" Sul e a uma longitude 47º31'26" Oeste, estando a uma altitude de 523 metros. Possui uma área de 557,98 km2. A área administrativa do município limita-se com às de Itu, Sorocaba, Elias Fausto, Capivari, Rafard, Tietê, Boituva e Iperó.

História

Porto Feliz nasceu na margem esquerda do rio Tietê em um lugar que os indígenas nativos chamavam de Araritaguaba. O mais antigo registro conhecido do local é de 1693 e refere-se a uma fazenda de Antonio Cardoso Pimentel que originou o povoado. Um decreto de 13 de outubro de 1797 elevou o povoado à categoria de vila e mudou o nome para Porto Feliz.
A cidade tem uma economia diversificada baseada na agricultura e em pequenos e médios estabelecimentos industriais. Na zona rural da cidade observamos o predomínio da monocultura da cana-de-açúcar.

A orígem do nome Porto Feliz:

A Vila de Porto Feliz foi criada no reinado de D. Maria I, rainha de Portugal. O documento de criação foi assinado pelo governador da capitania de São Paulo, Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça, no dia 13 de outubro de 1797.
O povoado às margens do lendário rio Tietê, chamado anteriormente Freguesia de Araritaguaba, pertencera até então ao termo da vila de Itu. Com a condição de vila, Porto Feliz alcançava a sua autonomia. A vila era uma unidade política e administrativa autônoma equivalente a município, com direito a ter Câmara e cadeia. Conquistada a condição, uma das primeiras providências deveria ser o levantamento do Pelourinho, uma coluna que simbolizava a autonomia, geralmente feita de pedra. O termo era o território da vila, dividido em freguesias. A sede do termo ficava nas respectivas vilas ou cidades.
O documento assinado pelo governador concedia à freguesia de Araritaguaba a condição de vila, denominando-a Vila de Porto Feliz, e determinava a definição do território do termo, a ereção do Pelourinho, a demarcação do terreno para a construção dos Paços do Conselho e cadeia, a eleição de juizes, vereadores e demais oficiais da Câmara. O ato atendia ao pedido dos moradores da freguesia de Araritaguaba, que nesse sentido enumeravam os vários incômodos atribuídos à distância de léguas da sede do termo, a Vila de Itu. Mas, o governador também o justificava por ser o local um porto freqüentado por comerciantes das minas de Cuiabá e por expedições destinadas por Sua Majestade aos vastos sertões, algumas delas chegando a alcançar a fronteira da América espanhola. Em seguida, o governador vaticinava: por isso, Porto Feliz tem toda a capacidade e disposição para vir a ser em poucos anos uma das vilas mais opulentas desta capitania.
Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça tomou posse do governo de São Paulo em 28 de junho de 1797, tendo sido o décimo quarto capitão general da capitania. O seu mandato estendeu-se até 10 de novembro de 1802. Ele era conhecido como Pilatos, apelido que ganhou porque estava sempre a estalar os ossos dos dedos, costume que a tradição cristã atribui ao famoso governador da Judéia. O historiador Afonso de Escragnolle Taunay colocou Castro e Mendonça entre os melhores administradores da capitania de São Paulo desde a sua fundação pela carta régia de 3 de novembro de 1709, documento que instituiu a capitania de São Paulo e Minas do Ouro. “Reais méritos de administrador e governante dotavam Antônio Manuel de Melo, homem ilustrado, progressista, de trato ameno, autoridade reta e branda, [...] inteligente, esclarecido e estudioso dos principais problemas administrativos de sua vasta circunscrição”, escreveu sobre ele o historiador das monções e das bandeiras paulistas.
Logo que recebeu o cargo, Castro e Mendonça tomou providências para a elaboração de quadros estatísticos rigorosos sobre a economia da capitania, para se ter idéia do que São Paulo era capaz de produzir e exportar. O trabalho permitiu a elaboração de uma série de mapas estatísticos, enviada ao ministro de Estado Rodrigo de Sousa Coutinho, futuro conde de Linhares. O ministro de D. Maria I preocupava-se com o estado da agricultura e da mineração e procurava, em seu estudo sobre o tema, examinar as razões do declínio da exploração do ouro. Sua análise incidia principalmente sobre as técnicas da lavra. Por outro lado, indicava que a utilidade das lavras dependia do grau de desenvolvimento das manufaturas da metrópole. A exploração da colônia era condição de desenvolvimento da metrópole e ao mesmo tempo pressupunha esse desenvolvimento. O círculo vicioso somente seria rompido com um progresso simultâneo das duas partes, isto é, da colônia e da metrópole. Estudos consistentes demonstram que no campo da política econômica ocorreram maiores aberturas em Portugal e nas colônias no reinado de D. Maria I. A sua equipe dirigente, de índole ilustrada, continuou basicamente a mesma que assessorava o governo nos tempos do marquês de Pombal, o famoso ministro de D.José I.
Castro e Mendonça, escolhido governador por influência de D. Rodrigo de Sousa Coutinho, conseguiu organizar vinte e quatro mapas com dados minuciosos sobre a população da capitania de São Paulo no ano de 1800 e o estado da economia em 1801. Os mapas demográficos referem-se a nascimentos, casamentos e óbitos. Os demais mapas tratam da exportação e importação da capitania, comparação de preços unitários dos gêneros exportados e importados, a navegação transatlântica a partir do porto de Santos, o movimento dos portos e dos registros. Tudo isso foi remetido a D. Rodrigo no dia 22 de abril de 1802, junto com um ofício no qual o capitão general dava vezo ao seu otimismo e antevia o futuro de São Paulo: “graças ao excesso da exportação sobre a importação marchava a sua capitania para um estado de considerável opulência”.
O último mapa da série interessa particularmente aos estudiosos da história de Porto Feliz e ao mesmo tempo é um documento importante para o estudo do comércio no Brasil central. Trata-se do “Mapa dos gêneros, mercadorias e efeitos que saíram desta capitania de São Paulo para a de Cuiabá e Mato Grosso, pelo Porto Feliz no ano de 1801”. A exportação citada nesse documento partiu toda de um único porto fluvial, o antigo porto de Araritaguaba que em 1797 fora denominado de Porto Feliz pelo próprio Antônio Manuel de Melo Castro e Mendonça. Os gêneros citados na estatística do capitão general foram embarcados em grandes canoas como nos primeiros tempos das grandes monções. As expedições monçoeiras do século XVIII partiam de Porto Feliz e desciam todo o Tietê abaixo, depois entravam no Paraná e subiam o Pardo acima, em seguida varavam em Camapuã para descerem o Coxim e o Taquari e navegarem a contra-corrente pelo Paraguai, São Lourenço e Cuiabá.
O documento permite avaliar a variedade dos produtos exportados através de Porto Feliz. O mapa relaciona os seguintes gêneros: sal, farinha de mandioca, feijão, farinha de trigo, marmelada, ferro, aço, chapas de cobre, cera do reino, chumbo, vinho, aguardente do reino, aguardente da terra, malvasia, azeite doce, vinagre, escravos, machados, enxadas, foices, almocafres, pregos sortidos, cravos de ferrar, alavancas, fazendas, panos de algodão, louças, pólvora, capados. No meio do rol de mercadorias são citados 46 escravos, entre vasilhames de vinagre e centenas de machados.
De Mato Grosso só poderiam chegar a Porto Feliz artigos preciosos. Primeiramente, o ouro. Mas também vinham a poaia, a salsaparrilha e alguns medicamentos da farmácia caseira comuns naquela época. Taunay alerta para o fato de que a tal respeito silenciam as estatísticas do capitão general. Ele nada diz sobre o ouro que possivelmente ainda era despachado de Cuiabá. O governador que anteviu um futuro de opulência para São Paulo e para a antiga freguesia de Araritaguaba não conseguiu imaginar que a rota fluvial do Tietê seria abandonada ao longo do século XIX, sendo aos poucos substituída por caminhos terrestres que deixaram ao largo o antigo porto das monções e a Vila de Porto Feliz. [Jonas Soares de Souza]

Informações Gerais

Aniversário da Cidade: 13 de outubro.
Fundação: 1797
DDD: 15
Acessos: Rodovia Presidente Castelo Branco - SP 280 Rodovia Marechal Rondon - SP 300
Distância: São Paulo Capital - 110 Km em direção Leste para Oeste do Estado
Clima: Clima subtropical úmido, marcado por características definidas, sendo os verões quentes e secos.

Atrações turísticas

IGREJA MATRIZ
Época da construção: Meados do Séc.XVIII Uso original: Templo religioso Configuração: Edifício Térreo com partes assombradas Materiais: - Paredes externas e internas executadas em taipa de pilão. - Piso do pavimento inferior em ladrilho hidráulico (provavelmente de tijolos na configuração original). - Não possui forro em madeira trabalhado e o telhado é de telhas de fibrocimento (provavelmente de barro, originalmente), com estrutura de madeira. - Portas e janelas em madeira com vidros e vitrais.
Histórico: Sua construção teve início em 1747. Três anos depois em 26 de abril de 1750, foi abençoada pelo vigário de Itu, que colocou a imagem de Nossa Senhora Mãe dos Homens na nova igreja. Tem todas as características das igrejas desta época com planta de forma retangular e rica ornamentação dos altares, típica do período Barroco. Foi construído em taipa. Suas duas torres iniciais e parte do altar-mór ruíram e foram reconstruídas respeitando o mesmo estilo. Sofreu alteração em sua forma original, tendo sido ampliada entre as décadas de 60 e 70, ganhando um novo altar, ampliação das torres e duas naves laterais ao altar. As paredes do altar-mór são recobertas por azulejos pintados pelo artista italiano Bruno Di Giusti. As pinturas retratam as principais passagens da história de Porto Feliz.
Endereço: Praça Dr. José Sacramento e Silva

PADROEIRA NOSSA SENHORA MÃE DOS HOMENS
Existem duas versões sobre a padroeira da cidade: a lenda conta que a imagem veio da Europa, com destino ao povoado de Cuiabá (MT), e teve de permanecer em Araritaguaba, aguardando a Monção que a levaria ao seu destino. Ao chegar o dia do embarque, a imagem tornou-se tão pesada que não conseguiram erguê-la do chão. Os devotos da Virgem viram nisso o desejo da santa de não querer prosseguir a viagem. Segundo está escrito no Livro Tombo da Paróquia de Porto Feliz, esta majestosa e perfeita imagem da Virgem Maria veio da Europa especialmente para ser colocada na suntuosa Igreja - atual Matriz - que os moradores de Araritaguaba estavam construindo em louvor à Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Endereço: Praça Dr. José Sacramento e Silva - Igreja Matriz

MUSEU DAS MONÇÕES
Época da Construção: Inicio do Século XIX Uso Original: Edifício Residencial Configuração: Sobrado Materiais: - Paredes externas executadas em taipa de pilão e divisórias internas executadas em taipa de mão. - Piso do pavimento inferior em assoalho e ladrilho hidráulico; piso do pavimento superior de assoalho com estrutura de madeira. - Forro de madeira e telhado de telhas de barro tipo colonial, com estrutura de madeira - Portas e janelas em madeira com vidros. - As sacadas e corrimão possuem elementos de ferro.
Histórico: Com cerca de 160 anos, o prédio onde está instalado o museu, foi construído para tornar-se residência do capitão-mor, José Manoel de Arruda e Abreu. Naquela época, as famílias mostravam sua importância sócio-econômica construindo moradias grandiosas. Devido à ausência de produção em grande escala de tijolo e ferros, as moradias eram construídas em taipa de pilão, com a utilização de materiais como madeira e barro - e pau-a-pique. Todo o trabalho era executado por mão-de-obra escrava. A disposição dos cômodos obedecia basicamente a uma mesma hierarquia: o piso superior era reservado à família e era composto por salas de visita, alcôva, varanda depósito e cozinha; o piso inferior era usado como loja, depósito ou alojamento para escravos. Em 22 de março de 1846, o prédio tornou-se Casa Real, quando hospedou sua Majestade Imperial D. Pedro II, além de ter alojado o então Barão de Caxias. De 1908 a 1950, passou a funcionar como grupo Escolar Coronel Esmédio. E, desde 1965, abriga o museu Histórico e Pedagógico das Monções. Em 03/07/98 o museu foi municipalizado oficialmente, passando a ser chamado simplesmente de Museu das Monções.
Endereço: Praça Coronel Esmédio, s/n

CASA DA CULTURA D. NARCISA STETTENER PIRES
Endereço: Rua Tristão Pires, No 123 Época da construção: Meados do Século XVIII Uso Original: Edifício Residencial Configuração: casa térrea Materiais: - Paredes externas e internas executadas em taipa de mão e alicerce feito com pedras. - Piso original executado com tijolos. - Não possuía forro em sua forma original e telhado de telhas de barro tipo colonial, com estrutura de madeira. - Portas e janelas em madeira sem vidros.
A Casa da Cultura Dona Narcisa Stettner Pires, encontra-se instalada num típico exemplar da arquitetura urbana de Porto Feliz do início de século XIX, construído originalmente em taipa de pilão e pau-a-pique.
Prédio provavelmente construído na década de 1760, deve ter servido inicialmente como residência rural, pois há indícios que no local funcionava um engenho ou casa de farinha. Serviu como residência até 1991, quando o então proprietário, Dr. Célio Pires, a doou para a prefeitura com a condição de o local ser utilizado como espaço cultural.

PRIMEIRO FÓRUM E CADEIA PÚBLICA
Construído por volta de 1910, em seu piso superior abrigou o primeiro Fórum e, no inferior, a Cadeia Pública. Nesta época, o suspeito era julgado e em caso de culpa, era preso no mesmo local. O prédio passou por reforma (parte inferior), para transformar-se em ponto de visitação turística. Hoje é se da Guarda Municipal.

LARGO DA PENHA
Palco dos grandes movimentos monçoeiros, onde os Bandeirantes reuniam-se para organizar suas monções -, o Largo da Penha é o marco do início do povoamento de Porto Feliz. Ainda hoje abriga algumas construções da época; entre elas o velho casarão construído - há mais de 297 anos - por mãos escravas, tendo paredes de até 96 cm de espessura. Aí funcionou a antiga Casa da Alfândega, onde eram cobrados os tributos da riqueza conquistada nas Monções. Atualmente, abriga o tradicional restaurante Belini, onde é servido o prato típico da cidade: A Cearense.

BAR E RESTAURANTE BELINI
Endereço: Praça Duque de Caxias, No 66 Época da Construção: Século XVIII Uso Original: Casa da Alfândega Configuração: Casa Térrea Materiais: - Paredes externas e internas executadas em taipa de pilão. - Piso do pavimento inferior em assoalho e ladrilho hidráulico; piso do pavimento superior de assoalho com estrutura de madeira. - Não possui forro e o telhado é formado por telhas de barro tipo colonial, com estrutura de madeira. - Portas e janelas em madeira com vidros que devem ter sido acrescentados em época mais recente.
Histórico: Provavelmente um dos edifícios mais antigos da cidade, construindo por volta do início do séc. XVIII especula-se que date da época da fundação do povoado. Funciona atualmente como restaurante, e mesmo tendo sofrido algumas reformas vinculadas ao seu uso comercial, é impressionante o quanto de sua estrutura e materiais são originais; entre eles podemos citar o assoalho do pavimento superior, a escada e o madeiramento do telhado.

CEARENSE - PRATO TÍPICO DE PORTO FELIZ
As melhores comidas sempre surgem de improviso, é o caso da cearense, prato típico de Porto Feliz.
Fato que deu origem a cearense aconteceu há quase 30 anos, quando quatro senhores de famílias conhecidas da cidade foram a Mato Grosso para sua tradicional pescaria anual.
Depois de alguns dias de pescaria, chegaram notícias que um novo grupo se juntaria a eles, perceberam que a comida não daria para todos, então, um deles decidiu ir a vila mais próxima para fazer compras, mas no caminho, como todo bom pescador, fez várias paradas para tomar umas e outras. Quando chegou, tudo já estava fechado. Só encontrou num armazém dois quilos de carne de peito de boi, um quilo de tomate e um quilo de cebola. Voltando ao acampamento, resolveram cozinhar tudo junto com o feijão que ainda sobrara no rancho. Apesar da primeira reação ter sido justamente imaginar que aquela carne dura com feijão não ficaria saborosa, isto na aconteceu. O peculiar prato recebeu o nome de cearense, devido à mistura de ingredientes, e ao comentário de um dos pescadores, o Sr. Emílio Coli, que teria dito: isto parece comida de cearense.
Quando retornaram a Porto Feliz explicaram tal comida as suas esposas que acrescentaram bacon, lingüiça calabresa, orégano, louro e cheiro verde.
A tradição se perpetuou, fazendo com que Porto Feliz seja uma das poucas cidades com um prato típico, bem saboroso e equilibrado. Por não ser feito à base de carne de porco e sim de boi, não é tão forte quanto a feijoada, mas também aquece em tempo de frio. Servido com arroz, algum tipo de verdura cozida como couve e chicória e farinha de mandioca a cearense é imperdível para quem visita a cidade ou para quem quiser experimentar fazer em casa, acrescentando seu toque especial.

ENGENHO CENTRAL
Inaugurado em 28 de outubro de 1878, foi o primeiro engenho da província de São Paulo e o terceiro do país, revolucionando a produção de açúcar na região. O Engenho Central - hoje pertence à União São Paulo -, ao longo de mais de um século de funcionamento ininterrupto, sofreu diversas transformações e acréscimos, só deixando de funcionar em 1991, sufocado pela concorrência de outras unidades de produção.
Endereço: Rua Cesário Motta, 247

ANTIGO POSTO POLICIAL
Construído em 1919, a fim de atender às diversas ocorrências surgidas durante a construção do ramal férreo da Sorocabana - ligando Porto Feliz à Boituva -, funcionou posteriormente como órgão controlador da ordem e harmonia da cidade, por intermédio da fiscalização da entrada e saída dos visitantes da cidade. Mais tarde abrigou o Centro de Saúde, a Delegacia de Polícia e o Ciretran.
Endereço: Othoni Joaquim de Souza, s/

ANTIGO ARMÁZEM DA ESTRADA DE FERRO SOROCABANA
Construído em 1919, foi destinado - durante cerca de 40 anos - ao armazenamento das cargas que chegavam e partiam de Porto Feliz. Atualmente, abriga a Estação das Artes.
Endereço: Rua Othoni Joaquim de Souza, s/n

PRÉDIO DA ANTIGA ESTRADA DE FERRO SOROCABANA
Sua construção, em estilo inglês, é de 1920. Atualmente está sendo preparado para abrigar o arquivo técnico, que terá em seu acervo cópias e microfilmes de toda a documentação em torno das monções, incluindo documentos de Portugal. O arquivo técnico terá a função de concentrar materiais que servirão de importante fonte de pesquisa sobre a história nacional.
Endereço: Rua Coronel Eugênio Motta, 86

PARQUE DAS MONÇÕES
Área de preservação tombada pelo CONDEPHAT, no local Parque das Monções ficava provavelmente o porto de onde saiam as expedições de bandeirantes. A construção de suas escadarias, o monumento às bandeiras e de sua arborização datam da década de 20. Há indícios de que o patamar de laje que serve de mirante date do final da década de 20 também. Mais recentemente foram executadas outras obras, com a construção de um conjunto de sanitários. Tornou-se o Museu Natural das Monções, onde se pode observar um batelão, o paredão salitroso, que deu origem ao nome indígena da cidade, e a Gruta Nossa Senhora de Lourdes.
Endereço: Rua dos Bandeirantes, s/n Funcionamento: de segunda a domingo, das 8h00 às 18h00

PAREDÃO SALITROSO
Ainda hoje, esse precioso documento da natureza é objeto de estudos, por ser sua origem imprecisa. Alguns estudiosos afirmam que esse local abriga provas de que essa região esteve submersa há milhões de anos. É constituído principalmente de rocha salitrosa, calcário e arenito e apresenta camadas sedimentares intrusivas - que só apareceram à superfície depois de removidos os materiais sedimentares que o recobriam.
Endereço: Rua dos Bandeirantes, s/n - Parque das Monções

MONUMENTO ÀS MONÇÕES
Inaugurado em 1920, pelo presidente do Estado de São Paulo, Altino Arantes, o Monumento às Monções foi construído nas proximidades do rio Tietê, de onde partiam e chegavam as famosas expedições monçoeiras. É feito em granito com três baixos relevos em bronze, reproduzindo A partida das Monções - de Almeida Júnior; A benção das canoas - de Hércule Florence; e Largada de Porto Feliz - de Adrian Taunay. Para dar acesso ao Porto das Monções e ao monumento foi construída uma majestosa escada ligando a antiga Rua do Porto às margens do Tietê.
Endereço: Rua dos Bandeirantes, s/n Parque das Monções.

GRUTA NOSSA SENHORA DE LOURDES
A gruta, em homenagem à Nossa Senhora de Lourdes e localizada no paredão histórico do parque das Monções, foi idealizada e construída graças a dois padres franceses: Alexandre Hourdeau e Vitor Maria Cavron. Idêntica a existente em Lourdes, na França, foi escavada na rocha e recebeu a contribuição do povo portofelicense, que ofereceu donativos para sua construção. Foi inaugurada solenemente em 1924.
Endereço: Rua dos Bandeirantes, s/n - Parque das Monções

FAZENDA DO MOINHO - ATUAL FAZENDA REHDER
Sua antiga denominação deve-se ao fato de que, no período colonial, possuía um moinho movido por roda d água, onde era processado a industrialização do milho. Além disso, tinha um engenho para a fabricação de açúcar batido (mascavo) e aguardente. Na época do império, a fazenda foi propriedade da família Sampaio; passando - na década de 20 - para as mãos dos Castelucci, que produziam aguardente e produtos originários do milho. Atualmente, pertence à família Rehder, sendo especializada somente na cultura da cana-de-açúcar.
Endereço: Rodovia Vicente Palma, Km 01 OBS: Propriedade particular. Não está disponível para visitação.

FAZENDA ENGENHO D ÁGUA - Obs-...não existe foi extinta
Sua sede localiza-se à margem direita do rio Tietê, no município de Porto Feliz. De acordo com o Livro de Notas da cidade, sua construção data de 1858 e foi propriedade de Antonio Paulo Leite Barros. Desde a sua função até nossos dias, a Fazenda Engenho D Água tem sua produção voltada para o açúcar. Atualmente pertence à Usina União São Paulo e conserva suas características originais do período cafeeiro.
Endereço: Bairro Engenho DÁgua

ROCHAS DA ERA PALEOZÓICA
Entre Porto Feliz e Boituva há dobras atectônicas que foram formadas pelo empurrão das geleiras que deslizavam sobre os sedimentos ainda não completamente consolidados. Esses dobramentos ocorreram há cerca de 270 milhões de anos, na era Paleozóica.
Rua Bandeirantes, 1961, muro quebrado para a abertura da rua que desce ate o rio Tietê e segue até o matadouro.

 1826 traje e porto-felicense segundo desenho de Hercule Florence
1826 trajes e porto-felicenses segundo desenho de Hercule Florence
Praça Coronel Esmédio em 1920 na visita do governador Altino Arantes na inauguração da Gruta e da Estação do ramal férreo Sorcababa Porto Feliz a Boituva.

Festa do Corinthians em 1952 no Clube Recreativo Familiar



"As rodovias paulistas e as monções setecentistas" 

Construir Estradas



Estrada dos Romeiros, Rodovia do Estado, Estrada da Gruta, Estrada de Cabreúva, e outras tantas foram as denominações dadas popularmente ao longo do tempo para o trecho Itu - Cabreúva da Rodovia São Paulo - Mato Grosso, aberta ao público no dia 01 de maio de 1922. Com essa inauguração completava-se o setor considerado o mais importante da rodovia de noventa e sete quilômetros de estrada - tronco que ligava São Paulo a Itu, e era considerada marco na implantação da malha rodoviária paulista.

A estrada estava incluída em um projeto de quase uma década. Em 1913, o governo de São Paulo chefiado pelo conselheiro Francisco de Paula Rodrigues Alves (quadriênio 1912-1916) encomendara a elaboração de um "Plano de Viação" para o Estado. A tarefa seria executada sob coordenação do engenheiro Clodomiro Pereira da Silva. Na mesma época, o então deputado estadual Washington Luís Pereira de Sousa, mais tarde famoso como autor do lema "governar é abrir estradas", em documento dirigido ao Secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Paulo de Morais Barros, ressaltava a importância da abertura de novas rodovias e dizia que, em relação ao automóvel, "sabendo que esse veículo não é um concorrente perigoso da estrada de ferro, e é antes um auxiliar indireto, devemos concluir que fazer boas estradas, para todo o ano, que permitam o trânsito de automóveis, é um dever geral, neste momento de progresso da Viação".

No mesmo ano de 1913 sancionou-se a Lei 1406, datada de 26 de dezembro, estabelecendo o regime penitenciário no Estado. Em seu artigo 6º essa Lei permitia que, enquanto não estivesse concluída a Penitenciária do Carandiru, os condenados trabalhariam de preferência na abertura, construção e conservação de estradas públicas de rodagem. A mesma Lei, em seu artigo 16, autorizava o governo a estabelecer o sistema de Viação do Estado em relação a estradas públicas de rodagem.

Durante o seu mandato como prefeito de São Paulo (1914) Washington Luís já tinha traçado um grande programa rodoviário. O programa preocupava-se basicamente com as saídas do município, visando o futuro aproveitamento dos cinco troncos estaduais previstos nos Planos de Viação: 1. São Paulo - Rio de Janeiro, 2. São Paulo - Minas Gerais, 3. São Paulo - Mato Grosso, 4. São Paulo - Paraná e 5. estradas do litoral sul.

Ao assumir o governo paulista, Altino Arantes Marques (quadriênio 1916/1920) encontrou a questão rodoviária bastante amadurecida, e em seu mandato deu andamento a diversas obras. Entretanto, somente no governo de Washington Luís (quadriênio 1920/1924) é que o rodoviarismo ganhou notável incremento. É por isso que ele pode comemorar o primeiro aniversário de seu governo com a inauguração, a 01 de maio de 1921, da estrada São Paulo - Campinas, cuja construção tinha sido iniciada em 19l6 sob os auspícios da Lei 1406. A partir de então, tomaram-se medidas concretas para o estabelecimento de um plano definitivo de construção e conservação de estradas, criando-se, através da Lei 1835-C de 26/12/1921, a Inspetoria de Estradas de Rodagem, subordinada à Diretoria de Obras Públicas da Secretaria da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, e uma brigada de empreiteiros para o desempenho das tarefas de construção e conservação.


O caminho das monções

Nessa época retomaram-se os trabalhos de construção da São Paulo - Mato Grosso, que estavam paralisados. Para Washington Luís, a rodovia resgatava o caminho das Monções setecentistas, antigamente percorrido nas "estradas móveis" das águas dos rios Tietê, Paraná, Pardo, Taquari e Paraguai. O termo monções, na sua origem árabe, significava época ou vento favorável à navegação. Incorporado ao vocabulário do País, passou a referir-se às expedições fluviais povoadoras e comerciais que partiam do antigo porto de Araritaguaba, às margens do Tietê, atualmente Porto Feliz, com destino às minas de ouro nas cercanias de Cuiabá.
Apesar de no século 18 ter sido feita a abertura de comunicação terrestre com essa região, na realidade, porém, enquanto perdurarem as grandes monções, ela nunca poderá ser muito mais do que um complemento do comércio fluvial. Se no movimento monçoeiro os rios foram imprescindíveis, eles não tiveram uma ação significativa sobre o movimento das bandeiras, como registrou Alfredo Ellis Júnior em O bandeirismo paulista e o recuo do meridiano: " O Tietê, o velho Anhembi, que à primeira vista parece ter sido o grande caudal que determinou o Bandeirismo, foi desconhecido de grande parte do movimento".
Dois séculos depois da descoberta de ouro junto à barra do Coxipó - Mirim, em 1718, por Pascoal Moreira Cabral, a Rodovia São Paulo - Mato Grosso retomava o antigo itinerário do movimento monçoeiro. 

 Estrada-monumento


O trecho Cabreúva - Itu da Rodovia São Paulo - Mato Grosso foi construído entre 1920 e 1922. "Uma estrada de rodagem, talvez a mais bela e bem acabada que existe no Estado de São Paulo, vai ser inaugurada justamente no dia em que se verifica o segundo aniversário do atual governo", dizia o jornal República, de Itu, na edição de 30 de abril de 1922.

O traçado da nova estrada acompanhava, na margem oposta do Tietê, quase que o mesmo traçado da antiga "Estrada do Imperador". Nos séculos 18 e 19 através desse caminho era transportado para São Paulo e Santos, em lombo de burros, a produção ituana de açúcar e café . Isto perdurou até a construção da Estrada de Ferro Ituana, que seria inaugurada em 1873. A abertura do trecho foi um trabalho difícil. A picada na mata surgiu a golpes de facões e machados. O braço humano escavava à picareta a encosta íngreme e carregava as carrocinhas basculantes transportadoras de terra. A beleza do leito acidentado do Tietê acabou sendo revelada durante a construção da nova estrada, que pouco a pouco ganhava forma. Washington Luís estava tão interessado nas obras que as inspecionou pessoalmente no dia 18 de fevereiro de 1922. O tamanho da comitiva que o acompanhou naquele dia dá conta da importância da obra para o governo. Com o presidente do Estado estavam o seu ajudante de ordens, major Afro Marcondes; o secretário da Agricultura, Comércio e Obras Públicas, Heitor Penteado; o deputado federal Carneiro da Cunha; o diretor das Obras Públicas, Alfredo Braga; o presidente da Associação Permanente de Estradas de Rodagem, Antônio Prado Júnior e o engenheiro da Diretoria de Obras Públicas, Cássio Vidigal. No ponto em que marcava o estágio mais avançado das obras a comitiva presidencial encontrou-se com o engenheiro fiscal da construção da ponte sobre o Tietê, Paulo Dutra da Silva, e com autoridades do município de Itu. Finalmente, a 01 de maio de 1922 Washington Luís inaugurou a estrada, comemorando com pompa o aniversário do segundo ano de mandato. O próximo trecho, de Itu a Porto Feliz e Tietê, seria inaugurado no ano seguinte, em 1923.
No seu governo Washington Luís desenvolveu um extenso programa comemorativo do centenário da Independência (1822/1922). Estudioso da História de São Paulo e autor de livros e artigos sobre o assunto, ele tinha como projeto privilegiado a idéia de realçar o papel dos paulistas na construção da Nação. Na estrada Vergueiro (São Paulo - Santos), ao longo da serra, construiu-se uma série de monumentos com tríplice finalidade: celebrar o centenário da Independência (1822/1922); lembrar permanentemente aos passantes o "esforço hercúleo dos paulistas" desde a época colonial até aos nossos dias para estabelecer a ligação entre o litoral e o planalto central; e servir de abrigo para os viajantes. Quatro monumentos principais foram então projetados pelo arquiteto Victor Dubugras: Cruzeiro Quinhentista; Marco de Lorena; Rancho da Maioridade e Pouso de Paranapiacaba.
Por sua vez, a rodovia São Paulo - Mato Grosso, especialmente o trecho entre São Paulo e Porto Feliz, poderia também rememorar a importância dos paulistas na conquista e formação do território nacional. Em sua última fala pública, em Itu no ano de 1955, Washington Luís de certa forma deixou patente esta dimensão da estrada: "E esta de Itu é a celebrada estrada, que partida de São Paulo, chegava ao antigo porto de Araritaguaba e ia a Mato Grosso, esse Mato Grosso onde a audácia e a perseverança da gente paulista foram descobrir as minas de ouro de Cuiabá, que enriqueceram a metrópole de então, e, sobretudo, alargaram a capitania de São Vicente, fazendo alongar para oeste imensamente as fronteiras do território brasileiro". 

Para o trecho Cabreúva - Itu, que desde a sua inauguração já era considerado como o "mais belo", Washington Luís idealizou e mandou construir muradas, mirantes e bancadas. Não eram monumentos como aqueles construídos pelo arquiteto Victor Dubugras ao longo da serra. Mas eram recursos que tinham a finalidade de facilitar aos passantes a visão de um monumento natural muito maior: o Tietê e os portentosos jequitibás das margens do lendário rio. Nos mirantes o viandante poderia ver o Tietê como a "estada móvel" que conduzira os paulistas ao coração do país e o jequitibá como o símbolo da magnitude do PRP - "É verdade que o Partido Republicano Paulista não proclamou a República; mas amparou, ajudou a constituição e o seu funcionamento. Desse partido foram membros os maiores dentre os maiores homens que trabalharam durante o regime republicano no Brasil", afirmaria mais tarde Washington Luís. 

Prosseguindo o caminho, a poucos quilômetros de Itu o viajante alcançaria Porto Feliz, às margens do Tietê. Nas proximidades do antigo porto geral da velha Araritaguaba, um vistoso monumento em mármore rosa, executado em 1920 pelo escultor Amedeo Zani, o lembraria das fantásticas expedições fluviais do século 18 e da constante motivação do homem para vencer distâncias, descobrir o desconhecido e construir o novo. 

Texto JSS


Porto Feliz 1820, e o primeiro piano na cidade


Não é sem interesse mencionar a entrada do primeiro piano na vila que era 
naquele  tempo,  acontecendo o evento registrado xistosamente por Alvares 
Machado e tal documento é relatado pelo historiador pernambucano 
Dr. Pereira da Costa em sua Encyclapediana Brasileira. Por ser original, 
reproduzirei essa página: "Ainda pelos anos de 1820 a condução de um 
piano para qualquer cidade do interior não era uma questão de nonada, 
tal a dificuldade dos meios de transporte. Por esse tempo, a vila 
de Porto Feliz, em São Paulo, foi dotada com um desses instrumentos, 
senão o primeiro que ali chegava, ao menos um dos poucos que passava 
a possuir. O dia da chegada do piano a Porto Feliz, ou por outra, 
o da sua entrada solene, foi um dia de verdadeira festa popular. Para dar 
uma idéia ligeira desse fato, basta a transcrição do seguinte e curioso assento, 
escrito  pelo próprio punho do notável e espirituoso cirurgião Francisco Alvares 
Machado de Vasconcelos, nome assaz e respeitado: "No dia 2 de maio /1820), 
terça‑feira, pelas onze  horas chegou a esta vila o forte piano. Já pela manhã 
o povo concorria em reboliço, e, transmalhado pelas ruas em que devia 
chegar, já se aparavam as paciências quando ali chegou um silaia que anunciava 
a chegada. Deram‑se as ordens, todos guardaram seus lugares, todos ficaram 
atentos. Apareceu o primeiro objeto. Era uma besta russa que vinha 
carregada com viveres e couro para abarracar o piano no caso de chuva; 
tudo era muito volumoso e pesado.

"Avistou‑se o desejado andor. Vinha carregado por trinta e oito africanos 
de Guiné, que vinham cantando, com duas bandeiras ornadas de flores; 
repicaram os sinos  e descarregaram‑se as ronqueiras que foram respondidas 
pelo TICO e dois  bombeiros que marchavam vagarosamente na retaguarda. 
Desceram o piano e por um instinto maquinal disseram os cargueiros a uma voz: 
"Chegou o piano" e o povo entusiasmado de alegria, repetiu: ''Chegou o piano, 
Chegou o piano".
Show da dupla sertaneja, famosa naquele tempo, 1953, Raul Torres e Florêncio e depois do show uma cervejada no bar São João ( onde hoje é a loja Paula Modas no centro)
 1952 Hotel Monções almoço de confraternização dos professores de Porto Feliz
 Show com artistas porto-felicenses na inauguração da Rádio Emissora Portofelicense
 Grupo teatral Leopoldo Fróes em 1953
Autoridades municipais e diretores da Fábrica de Tecidos na inauguração da quadra do Fabril Basquete Clube hoje escolinha do jogador Adhemar na rua Dr. Alvim