sexta-feira, 8 de abril de 2016

Foto da praça da Matriz em 180 graus, máquina criada pelo porto-felicense Oscar Adolfo que deixou inúmeras fotos antigas para a cidade, ano de 1958

Fanfarra do Colégio Estadual Monsenhor Seckler. Em 1962 a escola montou a maior fanfarra com mais de 40 componentes, uma verdadeira Banda Marcial para os desfiles escolares na cidade.

Detalhes da visita, em 1916, do secretario de Estado Cândido Motta a cidade. Cândido Motta nasceu em Porto Feliz.

Foto rara, representativa e histórica da praça da Matriz no início do século...é tida como foto da procissão de são Benedito. Lindos casarões no centro, onde hoje predomina o Banco do Brasil, Banco Itaú e Caixa Federal que já deixou o centro...

Visitante ilustre em 1916- A esquerda Coronel Eugênio Motta, e a direita Júlio Prestes, então deputado estadual, depois seria deputado federal, governador do Estado de São Paulo e eleito presidente em 1930, mas não chegou a tomar posse com o golpe de Getúlio Vargas. Coronel Eugênio Motta foi prefeito de Porto Feliz e conseguiu a Estrada de Ferro Sorocabana, que ligava Porto Feliz a Boituva, e no seu governo construiu-se, também, a gruta, tudo com a ajuda do parente Cândido Motta que era secretário do governo de Altino Arantes que, também, visitou Porto Feliz, em 1920, por ocasião da inauguração da Estrada de Ferro Sorocabana e da Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Foto na praça da Matriz junto as ancoras que representavam a "epopéia" dos bandeirantes nas Monções.

Rua Campos Sales em 1916 foto da assessoria de Cândido Motta que visitou a cidade
Centro visto do Tendá em foto de 1916 na visita de Cândido Motta a cidade

Amador do ECOAraritaguaba em 1960
Diretoria do ECOAraritaguaba biênio 1951/1952
 Casarão dos Dalsoglios na rua Altino Arantes, hoje loja, ao lado do açougue do Dimas
 Casarão dos Dalsoglios na rua Altino Arantes, hoje loja, ao lado do açougue do Dimas
Rua Draco de Albuquerque

Escadaria da gruta em 1942

Cartaz de inauguração do estádio Nicolino João Longo, estadio dos Bambuais do ECOAraritaguaba.

Cartaz da inauguração da Santa Casa

Bandeiras e Monções

16/11/12 | Equipe Online - online@jcruzeiro.com.
Edgard Steffen e Mylton Ottoni

Na infância adorávamos aulas de geografia e detestávamos as de História do Brasil. Indaiatuba era plana, cercada por campos de araticuns, indaiás e barbas-de-bode. Não possuía acidentes geográficos remarcáveis.
Nada de montanhas, vales ou rios; quando muito, córregos e ribeirões. Nas aulas de geografia aprendíamos sobre mares, oceanos, baías, cabos, penínsulas, e não nos incomodava decorar capitais de estados ou países. O conhecimento nos trazia à mente lugares e acidentes geográficos que sonhávamos, um dia, conhecer. História, em nossa perspectiva, parecia mera decoração de datas e eventos que mal entendíamos. Se D. Pedro II e a Princesa Isabel eram tão bonzinhos... por que tiveram de sair do Brasil às pressas!? Bandeirantes desobedeciam ao Tratado das Tordesilhas, e eram apresentados como heróis... heróis obedecem leis e tratos! Entradas, Bandeiras e Moções se nos pareciam a mesma coisa...
A consciência política amadurecida poria as coisas no seu devido lugar. Aprendemos que Bandeiras eram grupos paramilitares "rasgando a mata e caçando homens" ou buscando riquezas, entradas eram expedições oficiais e monções a versão fluvial das bandeiras*.
Monções usavam canoas escavadas em tronco de perobeiras ou timbaúvas; mediam 12 m de comprimento por 1,5 m de largura, em média. Invadiam o desconhecido a partir da nossa simpática vizinha Porto Feliz.
Por que Porto Feliz!** Você sabe por que Porto Feliz foi escolhida para ser a "Cidade das Monções"?
Como muito bem relata o grande mestre Sérgio Buarque de Holanda, a saga da conquista do sertão brasileiro tem início com a epopéia das Monções. Aliás, os paulistas desse tempo, já muito afeitos aos grandes trabalhos, aliaram a coragem e a sabedoria em usar a estrada líquida chamada Rio Tietê para a penetração do nosso desconhecido sertão.
O curioso desse pormenor é o fato de que as primeiras penetrações partiram do Porto Góes, então território ituano, hoje Salto.Neste ponto levanta-se a interrogação: Qual a causa que levou as partidas a saírem de Porto Feliz e não mais do simpático "Porto Góes"? Seriam as corredeiras existentes logo abaixo, entre o hoje Salto e Porto Feliz? Aliás, assim aprendemos nos grupos escolares. Absolutamente que não. Essas corredeiras foram fatores insignificantes para gerar uma conseqüência tão forte.Hoje, após longos e minuciosos estudos, concluímos o seguinte: muito provavelmente o fator importante para o sucesso de uma penetração do porte das monções tenham sido as "embarcações" usadas, os batelões.Assim, feita as primeiras viagens, ficaram evidentes as necessidades de mais e mais batelões, e de peroba, e das boas. E isso, exatamente isso, as perobeiras já começavam a rarear nos arredores do rio acima do Salto do Itu-Guassu.Os experientes bandeirantes passaram a pesquisar a existência das grandes perobeiras, longas, grossas, fortes e retas. Absolutamente próprias para produzir o desejado batelão. E acabaram achando nas matas existentes onde hoje está Capivari, às margens do rio o mesmo nome. Ficava muito fácil. Era só cortar a enorme árvore, rolar para o leito do pequeno rio. A mesma descia pelo mesmo rio até o Tietê, e por este até o remanso, já a esta altura predestinado a ser o grande porto. Ocorreram algumas insistências em preservar o porto Góes como local de partida, mas logo perdeu força porque não se dispunha naquela altura (início do Século XVII) tração conhecida capaz de arrastar um perobeiro rio acima, portanto contra a correnteza...
Tudo colaborou com Porto Feliz. Juntou-se o belo remanso do local, a margem às instalações "industriais" para o fabrico da embarcação e o caminho por terra que logo se abriu de Itu a Araritaguaba.
Portanto, nada mais justo que hoje, os estudiosos das Monções, reconheçam a fundamental importância dos batelões e sejam eles transformados no grande símbolo desse período histórico de enorme importância para início do ciclo do desbravamento brasileiro.
(*) Bueno, E. - História do Brasil - Ed. Folha de SP, 2000
(**) Texto de Mylton Ottoni da Silveira - do Instituto Histórico,
Geográfico e Genealógico de Sorocaba e da Academia Ituana de Letras.
Edgard Steffen é médico
Mylton Ottoni é proprietário da Ottoni Editora