ECOAraritaguaba na comemoração do cinquentenário
segunda-feira, 11 de abril de 2016
Pequena história da Escola Monsenhor Seckler
Instalado o estabelecimento a 30 de março de 1950, pelo
prof. Salathiel Vaz de Toledo, ilustre catedrático de português do Colégio
Estadual e Escola Normal “Regente Feijó”, de Itu, e empossados os primeiros
professores e funcionários, teve início a vida de mais um Ginásio Estadual de
nosso Estado.
A instalação, deu-se no prédio do Grupo Escolar “Cel.
Esmédio”, onde funcionou até meados de 1962. Já no primeiro ano de sua
instalação surgiu um problema. Com a reforma do grupo, onde funcionaria a
escola?
Graças à boa vontade do vigário de Porto Feliz, Pe.
Francisco Lyrio de Almeida, que cedeu parte da Casa Paroquial para funcionar as
duas únicas classes de 1ª série. Essa emergência persistiu até julho daquele
ano.
Em agosto, o ginásio voltou a funcionar no prédio do grupo
escolar, onde fora instalado.
Os primeiros exames de admissão foram realizados em
fevereiro de 1950, constando a inscrição de 96 candidatos. Destes, foram
aprovados cinquenta. E outros quarenta e seis foram reprovados.
Com mais alguns alunos transferidos, formou-se a 1ª série. A
classe feminina possuía 32 alunas e a masculina, 26.
A legalização do curso, com a autorização federal deu-se a
12-6-50, pela Portaria nº 417, do Ministério da Educação.
O diretor que procedeu a instalação do Ginásio, já citado,
dirigiu o estabelecimento até 25 de outubro de 1950. No dia seguinte, iniciou
seu exercício na direção da escola, o prof. Benedito Ferreira de Albuquerque,
permanecendo na direção, até 16 de junho de 1951.
Do relatório das atividades do ginásio compilado por seu
diretor, prof. Benedito F. Albuquerque, no ano de sua instalação, consta o
seguinte: “A vida escolar obedeceu no corrente ano, a um calendário especial,
realizando-se a primeira prova parcial, de 14 a 22 de julho; a segunda prova
parcial, de 1 a 9 de dezembro, e a prova final, de 11 a 15 de dezembro de 1950.
Realizaram-se festividades e solenidades cívicas, a 21 de abril, no dia das
árvores, no dia do professor, a 7 de setembro e a 15 de novembro. O município
iniciou a construção do prédio destinado à instalação do estabelecimento”.
O ginásio funcionou em três salas cedidas pela diretoria do
Grupo, sendo duas para as classes e uma para a secretaria e a diretoria.
No ano seguinte, 1951, três diretores passaram pelo ginásio:
o prof. Albuquerque, até 16 de junho; o prof. Nelson Pesciotta, por apenas uns
dias, isto é de 1º a 18 de agosto; e W. Muscara, de 19 de agosto em diante,
sendo os dois primeiros por concurso e o último por comissão.
O relatório das atividades escolares de 1951, nos dá conta
que a construção do prédio do ginásio ia em pleno progresso, dando a impressão
de que no ano seguinte, o estabelecimento já poderia passar a funcionar no seu
edifício próprio.
O número de classes aumentou para quatro, indo até a 3ª
série, sendo uma primeira, duas segundas e uma terceira, com um total de 116
alunos.
Neste ano, entre outros empreendimentos, destaca-se a
aquisição da fanfarra, graças ao auxílio financeiro proporcionado pela
Prefeitura e pelo prefeito Lauro Maurino, que doou a quantia de 4 mil cruzeiros
(valor da época).
Fundou-se, ainda, neste ano, o grêmio estudantil, na direção
do prof. Benedito F. Albuquerque e saiu o primeiro número do jornal o “Eco das
Monções”, que tinha como redatores, prof. Francisco Roedas e o presidente do
Grêmio, estudante Mário Lima.
Outra realização de importante foi a criação da biblioteca,
inaugurando-se em outubro de 1951, com cerca de quatrocentos volumes.
No dia 14 de novembro de 1952 recebeu, de acordo com a Lei
nº 1893, o nome de Ginásio Estadual “Monsenhor Seckler”, como homenagem ao
sacerdote que doou o terreno para a escola.
Nomeado diretor no princípio do ano, prof. Pedro Ferreira
Cintra, poucos dias aqui esteve, continuando a dirigir o estabelecimento, agora
como substituto, o mesmo que terminara o ano de 1951.
Nesse ano foi criada a 4ª série, com apenas dez alunos,
subindo o índice de matrículas, de 116, do ano anterior para 162. Havia, então,
duas primeiras série, uma 2ª, 3ª e 4ª.
Instituída pelo Rotary Clube local, foram pela primeira vez
organizados os festejos denominados “Semana das Monções”, em que a participação do Ginásio fez-se sentir
intensamente, pois seu corpo docente continuava contando com elementos de prol,
entre os quais, os professores Francisco Roedas, Júlio Soares Diehl, Leonor H.
Schonmann, Arthur Fonseca, Paulo Padilha, elementos que tomaram parte ativa,
juntamente com os alunos, nas comemorações.
Além da parte cultural e histórica, houve o lado esportivo e
social, iniciando-se um torneio de várias modalidades de esporte, com a
participação, além de nosso Ginásio, dos seguintes: Sorocaba, Itu, Tietê,
Capivari e Salto, com a vitória de nosso estabelecimento.
Na parte literária, destacou-se o “Torneio Artístico
Literário das Monções”.
A biblioteca, organizada no ano anterior, estava inativa,
alegando o então diretor, falta de sala, sem pensar que ela poderia funcionar
com empréstimos de livros, preservando-se, naturalmente, as encadernações e
obras caras.
Em 1953, continuou até 30 de junho, o mesmo diretor
substituto. De 1º de junho a 10 de agosto, terminado seu comissionamento,
voltou a titular, prof. Pedro F. Cintra e de 11 deste mês, até 3 de setembro,
novamenteo antigo diretor substituto. A partir de 4 de setembro, o catedrático
de francês, prof. Júlio S. Diehl, respondeu pelo expediente da diretoria.
Em 11 de outubro de 1953, inicia seu exercício, por concurso
de promoção, vindo do cargo efetivo de vice-diretor do Colégio Estadual
“Monsenhor Nora”, de Mogi-Mirim, o prof. Mário Pires.
O Ginásio continuava instalado no mesmo local e as obras do
prédio paralisadas desde o princípio de 1952.
O número de alunos aumentara de 162, em 1952, para 193,
havendo, então, seis classes: duas primeiras, duas segundas, uma terceira e uma
quarta séries.
A 10 de novembro, realizou-se a Assembléia de fundação da
Associação dos Amigos do Ginásio, por iniciativa do diretor, Prof. Mário Pires,
notando-se a presença do sr. Prefeito, do presidente da Câmara, vereadores,
professores, alunos, pais e pessoas da cidade.
O estabelecimento recebeu contribuições monetárias da
prefeitura e arrecadou perto de 4 mil cruzeiros de um torneio esportivo, para a
compra de estantes para a biblioteca.
Houve, pela primeira vez
em Porto Feliz, a solenidade de entrega de certificados aos alunos que
concluíram o ginásio, tendo a turma, 21 formandos. Era outro acontecimento
inédito e de grande significado para
cidade.
O Rotary Clube, a quem coube a iniciativa da fundação de um
Ginásio, em Porto Feliz, ofereceu um jantar aos formandos que, por sua vez,
ofereceram um almoço de despedida à direção, professores e funcionários do
estabelecimento.
A cerimônia da entrega dos certificados foi realizada no dia
19 de dezembro, tendo sido paraninfo o Dr. Licio Marcondes do Amaral, ex-Juiz
de Direito da Comarca e um dos membros da comissão de fundação do Ginásio.
Em 1954, o ginásio possuía seis salas de aula, um cubículo
onde funcionava a secretaria e outro acanhado cômodo para os professores e a
sala da diretoria.
A realização de maior alcance, foi a inauguração dos
serviços da biblioteca, a 30 de março, por ocasião dos festejos comemorativos
do “dia da escola”. Apesar da falta de sala, a biblioteca funcionava com um
serviço organizado de empréstimo de livros.
Outra iniciativa de valor moral foi a instituição, através
da Associação dos Amigos do Ginásio, do prêmio ao formando de maior média,
consistente numa caderneta da Caixa Econômica Estadual, com a conta inicial de
500 cruzeiros.
Por intermédio do professor Mário Gallego, professor de
trabalhos, foi feito o escudo, em novembro de 1954. Ficou encarregado de fazer
sua descrição o prof. Júlio S. Diehl.
Em 1955, as obras do prédio continuavam paralisadas por
causa da política do governo de contenção de gastos. E o ginásio continuava a
funcionar no mesmo local. O pior da situação é que o número de matrículas
aumentou consideravelmente. E o índice, de 180, do ano anterior, subiu para
235, exigindo a criação de mais uma classe, desdobrando-se a 3ª série, pela
primeira vez. Ficava, assim, a escola, com 7 classes, duas primeiras, duas
segundas, duas terceiras e uma quarta séries.
Não havia, porém, uma sala para a nova classe. Os apelos ao
prefeito e sua promessas de inauguração do prédio novo para o ginásio
resultaram em nada. Cerca de 40 alunos aguardavam matrícula, quando o Vigário
da Paróquia cedeu a sala do porão da Casa Paroquial. Foi providenciada a
autorização para a instalação da classe, em caráter precário, o que foi
conseguido.
Outra providência de realce, em 1955, foi a adoção pelos
professores e funcionários do uso de aventais. Branco para os professores e
funcionários administrativos e marrom para os serventes. A iniciativa surgiu da
visita do diretor Mário Pires ao Colégio Estadual “Presidente Roosevelt”, na
Capital. Logo que pôde, ele reuniu todos os professores e funcionários para
lançar a idéia.
Na reunião, realizada em agosto, foi pedido a todos para
imitar aquele Colégio. Dessa idéia surgiu a “I Semana de Higiene Mental”, realizada
no mesmo mês.
A sessão solene de inauguração do evento, realizada num dos
salões da cidade, foi coroada com uma palestra pelo ex-professor de francês,
prof. Júlio S. Diehl. E nos dias subsequentes realizaram-se duas palestras
diárias, por professores e alunos.
Como parte do programa foi realizada visita ao Orfanato
local, sendo distribuído brinquedos aos órfãos.
A sessão solene de encerramento teve a palestra do
médico-chefe do Posto de Saúde local, Dr. Francisco Moreira Junior. Os jornais
da Capital fizeram amplo noticiário, como “A Gazeta”, “Diário de São Paulo” e
“O Tempo”.
As professoras de desenho e trabalhos procederam a confecção
da bandeira do ginásio, que foi solenemente inaugurada na festa de 15 de
novembro, procedendo à benção do pendão, o Vigário Cônego Humberto Ghizzi, e
tendo sido convidado para padrinho o prefeito Lauro Maurino. Após a cerimônia,
iniciou-se o desfile, surgindo pela primeira vez ao lado das bandeiras nacional
e paulista, a do ginásio, que possui duas listas horizontais azuis e uma
central branca e no centro o escudo do ginásio.
Em 1956, a situação do ginásio melhorou um pouco. O prefeito
conseguiu a instalação do grupo escolar do Bambu, desafogando a casa e
proporcionando ao ginásio mais três salas de aula. O motivo de alegria para o
diretor do ginásio foi o fato de que o grupo passou a funcionar até as 13h50,
ficando o resto da tarde todo o prédio só para o ginásio.
Outra conseqüência era a volta do prédio onde funcionava o
ginásio, da classe que estivera o ano todo anterior na Casa Paroquial.
Com a instalação do ginásio em Boituva, deixavam o
estabelecimento cerca de 50 alunos.
No entanto, surpreendentemente, o número de matrículas,
neste ano, não foi tão menor que no ano anterior. Em 1955, as matrículas
chegaram a 235. Em 1956, apesar do êxodo dos estudantes de Boituva,
registraram-se 216 matrículas.
O Ginásio que ganhou o escudo em 1954 e a bandeira em 1955,
inaugurava sua flâmula, confeccionada por ordem da diretoria, pelos professores
de desenho e trabalhos femininos, respectivamente, Aurora M. Guimarães e Carmem
L. Pinto.
Foi iniciado o Museu do patrono da escola e biblioteca do
ginásio colocada seções da história do estabelecimento e de Porto Feliz. Em
1955, já havia sido inaugurado o busto do Monsenhor Seckler, feito pelo prof.
de trabalhos Mário Gallego. Foi inaugurado em 30 de março de 1955.
A 17 de agosto de 1956, o Diário Oficial trouxe o despacho
do Diretor Geral do Departamento de Educação, deferindo aprovação do hino, do
escudo, da bandeira e da flâmula da escola.
Outra festa de grande significado foi levada a efeito no dia
5 de novembro, comemorativa do “Dia do Patrono da Escola”, Monsenhor Seckler.
Esta solenidade foi realizada pela primeira vez no estabelecimento e preparada
com carinho pela direção e pelo corpo docente. Com a colaboração da professora
de português, Conceição W. B. Vieira, instituiu-se um concurso de biografias de
Monsenhor, tendo saído vencedor o aluno da 3ª série masculina, Cláudio Sampaio
Torres.
E no dia 21 de dezembro de 1956, através da Lei 3.666,
criado o segundo ciclo na cidade, passando o “Monsenhor Seckler” a funcionar
como colégio.
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