sábado, 9 de abril de 2016



Porto Feliz , curiosidades


Nomes de ruas:
Rua do Teatro , hoje Candido Motta
Rua dos Pilões, hoje Araritaguaba
Rua das Tropas, hoje Ademar de Barros
Rua Sorocaba, hoje Newton Prado
Rua da Morte, hoje Beco da Gruta
Rua de “Nhá” América, hoje Tristão Pires
Rua Fresca, hoje Arcílio Borges
Rua da Laje, hoje Luís Antonio de Carvalho
Largo Riachuelo, hoje Largo da Penha
Rua do Pinheirinho, hoje Santa Cruz
Rua do Matadouro, hoje Benedito Tuani
Morro Vermelho, hoje Monsenhor Seckler
Rua da Palha, hoje Arcilio Borges
Rua da Tabôa, hoje Padre Ilidro
Rua do Porto, hoje Bandeirantes

Havia um Teatro Municipal , que ficava na Rua Direita, e nele tinha a galeria dos pobres, os camarotes  dos ricos e , ainda, um local para todos ( abaixo dos camarotes).
A Maçonaria funcionava onde hoje é a Santa Casa.
No Largo do Corrego havia o Clube da Congada, na casa de “Nhá Rosana”.


Largo da Penha: um marco histórico de Porto Feliz




A história do Largo da Penha começou com o povoamento da nossa cidade, em 1693, por Antonio Cardoso Pimentel, seus familiares e os trabalhadores em suas terras na Sesmaria de Araritaguaba.
Com a chegada de novos moradores, por volta do ano de 1700, Antonio Cardoso Pimentel construiu uma capela e por ser devoto de Nossa Senhora Penha deu esse nome a nova capela. Foram surgindo novas habitações, o Porto de Araritaguaba e o Largo da Penha iam tornando-se movimentados e após a descoberta de ouro nas minas de Cuiabá, os Bandeirantes concentravam-se aqui, organizavam suas Monções e partiam para o interior do Brasil. Logo comerciantes aqui se estabeleceram, abasteciam os viajantes e formavam suas Monções para vender seus produtos nas minas de Cuiabá.
O Largo da Penha tornava-se cada vez mais agitado, era gente que partia, era gente que chegava e as cargas de Cuiabá eram aqui depositadas para a conferência e pagamento dos impostos ao reino português.
O reino português construiu o prédio da Alfandega para a arrecadação dos impostos e esse prédio permanece até hoje: onde é o Bar do Belini.
No ano de 1728, a pequena capela é elevada a categoria de Frequezia de Nossa Senhora da Penha de Araritaguaba. A população cresce e em 1750 é construida, em outro local, a igreja matriz que passa a denominar-se igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Mas, o Largo da Penha continuou com suas características do inicio da sua criação, reune os bandeirantes, os comerciantes, os viajantes e os senhores de Engenho que vinham vender suas mercadorias e comprar mais escravos para suas lavouras.
Já no inicio do império brasileiro, o Presidente da Câmara Municipal, mandou construir “Casinhas”, ao redor do Largo,que eram locais para os comerciantes e produtores venderem suas mercadorias e a ultima que se tem notícia foi desativada em 1924.
Por volta do ano de 1905 uma pequena estrada de ferro passava ao lado do Largo da Penha que servia para o transporte da cana (principalmente dos colonos belgas da Colônia Rodrigo e Silva), para o o Engenho Central e teve pouca duração pois causava muitos problemas a cidade.
Em 1910 o Largo da Penha é arborizado, tornando-se uma praça e no ano de 1933 o prefeito remove toda arborização para tentar remodelar a praça, no que é impedido pelo Departamento das Municipalidades- orgão que autorizava as despesas dos municípios- e , assim, o Largo da Penha fica “pelado”até o ano de 1946. Mas, nesse tempo todo, o seu espaço foi ocupado pelas barracas de festas da padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Em 1946 é construído um calçadão e as árvores são plantadas apenas nas laterais e o centro permanece totalmente livre e aproveitado para feiras, festas e os famosos batuques dos sábados de Aleluia
Finalmente,em 1961,é construido o Mercado e Estação Rodoviária, obras que na época eram necessárias porque tinha sido desativada a Estrada de Ferro Sorocabana-que ligava Porto Feliz a Boituva-e o transporte rodoviário começava a dominar o transporte coletivo.
O Mercado foi demolido, o novo Largo da Penha reativado e as nossas esperanças se renovam e que isso seja o inicio do reconhecimento da nossa rica história  e que o turismo seja definitivamente implantado em nossa cidade, e que nosso Largo da Penha seja o local que nosso povo sempre sonhou…

                                                           Romeu Casteluci 
Praça Matriz..início do século...


Escola Coronel Esmédio



Diretores

03/08/1908-assume o primeiro diretor,professor Amadeu Mendes
26/04/1910-assume a direção o professor Aprígio de Oliveira
10/10/1910-aasume o professor Firmino Teixeira
16/10/1916-assume o professor Júlio de Oliveira
13/04/1923-assume o professor Luís Américo Entroini
11/01/1924-assume o professor Antonio de Azevedo Marques
23/04/1927-assume o professor Colatino Fagundes
16/07/1927-assume o professor José Toledo Costa
21/02/1935-assume o professor Oscar Vilaça
31/10/1935-assume o professor Eurico Moura
01/02/1940-assume o professor Luiz Conceição Silva
01/02/1947-assume o professor Odilon Belo de Lara
21/03/1949-assume o professor João Rangel
14/09/1950-assume a professora Nair Antunes
08/02/1956-assume a professora Odete Silva
04/09/1956-assume o professor Wilson Prestes Miramontes
01/02/1958-assume a professora Benedita Cândida de Campos Rosa
12/02/1966-assume o professor Edemir Bassoli
01/02/1972-assume o professor Wilson Monteiro
Gruta escadarias 1940

Porto Feliz e o Núcleo colonial "Rodrigo Silva"

Belgas em Porto Feliz


Para colaborar na solução da crise de fornecimento da cana‑de‑açúcar, recorreu‑se, passado quase um decênio da inauguração do Engenho Central em Porto Feliz, às experiências já utilizadas na cafeicultura aos núcleos coloniais. Assim, nas zonas açucareiras de Porto Feliz e Lorena, onde também foi fundada uma colonia para atender às necessidades de um Engenho Central, os núcleos coloniais oficiais poderiam atrair e fixar trabalhadores, que se transformariam em pequenos proprietários e assegurariam safras fixas de cana aos respectivos Engenhos Centrais. Nessa época, a Sociedade Central de Imigração e outros grupos interessados na transferência de mão‑de‑obra para o Brasil desenvolviam intensa propaganda na Europa. Na Bélgica surgiram muitos candidatos, entre eles o padre Jean Baptiste VanEsse, atraído com a possibilidade dos lucros que certamente proporcionariam a formação de uma colõnia belga no Novo Mundo.

Para a instalação do núcleo colonial em Porto Feliz, o governo havia adquirido algumas propriedades nas imediações da cidade. Nessa altura dos acontecimentos VanEsse já conversara com o Ministro da Agricultura, na ocasião Rodrigo Silva, ao qual fora apresentado por Edouard de Grelle, Ministro da Bélgica no Rio de Janeiro. Levaram o padre belga para conhecer as terras de Porto Feliz e ele entusiasmou‑se com a fertilidade do terreno, considerado proprio para o cultivo da cana, cereais, café e tabaco. Depois da visita, VanEsse escreveu à Diretoria da Sociedade Central de Imigração uma carta, datada de 13 de janeiro de 1888, dando pormenores do seu projeto, no qual seriam investidos 50.000 francos belgas.

Autorizado pelo Aviso nº 111, de 16 de novembro de 1887, do Ministério da Agricultura, o Inspetor Geral das Terras e Colonização assinou, no dia seguinte, um minucioso contrato com o padre VanEsse . De acordo com o contrato seriam introduzidas 50 famílias na colonia, sendo 45 famllias necessariamente de agricultores, a começar do início de maio de 1888 até 31 de maio de 1889. Cada família obrigava‑se a trazer um capital minimo de l.000 francos, mais os utensilios domésticos e implementos agricolas. As despesas com o transporte dos colonos e de suas bagagens ficavam por conta do governo.

O núcleo colonial ficaria sujeito à jurisdição civil, segundo as leis e disposições em vigor no Império, e o padre VanEsse, na qualidade de "diretor espiritual", seria um representante remunerado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Publicas.

Conforme o oficio de 19 de fevereiro de 1888, enviado por E. de Grelle ao Príncipe Chimay, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Bélgica, o Ministro Rodrigo Silva previa um brilhante futuro da Colônia de Porto Peliz, cuja criação testemunhava a simpatia dos brasileiros pelos trabalhadores belgas.

Para atrair seus colonos na Bégica, VanEsse redigiu um opusculo, no qual prometia grandes vantagens: os lotes de 20 a 30 hectares custariam em média 1.400 francos e poderiam ser totalmente pagos pelos colonos no prazo máximo de sete anos. Além disso, como o núcleo era fundado com o objetivo de alimentar o Engenho Central, toda a produção de cana tinha comprador certo.

O opúsculo esclarecia que, como as casas construidas pelo governo eram precárias, seria preferível transportar da Bégica casas pré‑fabricadas com paredes, divisões e teto de ferro.

Aos colonos VanEsse sugeria a organizaçdo de uma cooperativa. Através dela o excedente da produção seria colocado no mercado, a ela caberia a compra de alimentos e ferramentas, e mediante uma pequena contribuição mensal ela providenciaria assistencia médica e medicamentos as famílias dos colonos. A cooperativa poderia depois ligar‑se a outras do mesmo genero, formadas em futuras colônias belgas.

As primeiras 25 familias chegaram ao Brasil a bordo do navio Hipparchus. Do porto de Santos partiam de trem com destino a Itu ou Sorocaba, de onde alcançariam Porto Feliz a pé ou em carro de bois. Em fins de maio de 1888 requeraram os seus lotes os seguintes colonos: Alexandre Libois, Edouard Leroy, Vital Kestemond, Felix Wayens, J.B. Vanerwyck, J.J. Descolte, Juies Bertz, François Aerre, François Labenne, Ferdinand Boudart, Auguste Dubois, Hubert Dumont, Augustine Detry, Gustave Dumont, Genius Despontin, Edmonde Taupe, Emile Gérard Ballion, Adelin Péters e Auguste de Becquerot.

O estabelecimento recebeu a denominação de Núcleo Colônial "Rodrigo Silva", em homenagem ao antigo Ministro da Agricultura. Ocupava uma área de 1.600 hectares, que custaram 23:000S000 réis aos cofres públicos. De acordo com um artigo publicado no Etele du Sud (jornal escrito em rances, dirigido por Charles Morel e impresso no Rio de Janeiro) oram projetada para abrigar 1.000 colonos belga, e esperava‑se que constituisse em estabelecimento modelo, uma espécie de escola pratica de agricultura e centro de difusão de novas tecnicas de cultivo e de novas lavouras. A Gazeta de Noticias, do Rio de .Janeiro considerava o empreendimento "louvavel" não apenas como auxüio para a agricultura, mas tambem do ponto de vista de sua influência em todas as esferas sociais", com a consequentes facilidades para o desenvolvimento da pequena propriedade, introduzindo no Brasil elementos da "laboriosa raça belga. Meses depois, o Diário Popular de 31 de janeiro de 1889, sob o título ''Colônia Maisinada", davo conta das péssimas condições em que se encontrava a projeta escola prática de agricultura. A notícia falava em 'falta de direção experimentada'' criticava a intervenção paternal do Governo e a direção clerical, que revelava ''tendéncias absorventes e autoritárias''. Informava ainda que os imigrantes estavam vendendo ferramentas agrícolas por falta de dinheiro para a compra de alimentos. O Senador Taunay comentou esse artigo na sessão de 7 de fevereiro de 1889 da Diretoria da Sociedade Central de Imigraçdo.

As mesmas críticas do Diário Popular foram repetidas por Alfred Marc em Le Brésil: Excursion du travers ses 20 Provinces, publicado em 1899.

Surgiram protestos contra a direção do núcleo colonial. Entretanto, VanEsse não desistiu da empresa. A 4 de maio de 1889 remete um ofício ao Barão George Reusens, então Ministro da Legação Belga do Rio de Janeiro, solicitando sua intervenção para a prorrogação do prazo do contrato, que o obrigava a introduzir as famílias restantes, já engajadas na Bélgica, até o dia 31 daquele mes, e para as quais o Consul do Brasil em Anvers  não concedia a necessária autorização para embarque, No mesmo ofício ele se defendia das acusações apontando a existencia de inúmeros inimigos, que não perdiam oportunidade para calunia-lo.

O Consul da Bélgica em São Paulo, Pety de Thozée, era um dos críticos de VanEsse. Lembrava que o padre tivera a brilhante idéia de vender aos colonos casas de ferro fabricadas em Charleroi, inabitáveis em clima quente, em vez de construir moradias com material local. Acusava VanEsse de ter comprado a fazenda "Canguera" nas proximidades da Colônia, por preço exagerado e para uso pessoal.

Pouco a pouco os colonos debandaram. Uns voltaram para a Relgica, outros passaram para Porto Feliz e cidades vizinhas e poucos ficaram na Colônia.

A tutela do Governo somente foi retirada pelo Decreto número 275‑A, de 30 de dezembro de 1893, que emancipou também outros sete núcleos oficiais instalados em outros municípios.

Os belgas foram substituídos por brasileiros e imigrantes de outras nacionalidades, como demonstrou o recenseamento realizado em 1893. A população de 271 habitantes, todos agricultores, era formada por 150 brasileiros, 62 belgas, 39 italianos, 16 espanhóis, 1 frances, 1 alemão, 1 norte‑americano e 1 africano. Das 52 moradias, avaliadas em 13:420$000 réis, 50 ainda eram casas provisórias. O valor da produção do Núcleo Colonial "Rodrigo Silva" nesse ano atingiu 46:068S000 réis, no qual o milho participava com mais de 50% registrando‑se a existencia de dois "engenhos‑de-fubá" para o seu beneficiamento. A produção de cana não ultrapassou os 60 carros (cada carro equivalia aproximadamente a 1.500 quilos), avaliados em 1:800S000 réis. Os colonos, quando plantavam cana, achavam mais produtivo 'fazer com ela aguardente, do que puxá‑la uma longa distancia, empilha‑la sobre vagões e esperar em seguida com paciência longos meses para serem pagos, estando o Engenho cronicamente sem vintêm", como escreveu Frederic Sawyer no seu estudo sobre a industria açucareira em São Paulo, publicado em 1905.

O fracasso da experiência com colonos belgas em Porto Feliz, deve ser atribuido à deficiência do sistema de recrutamento desses imigrantes. A própria diretoria da Sociedade Central de Imigração reconhecia que os belgas não estavam dando prova como trabalhadores assalariados nas fazendas e como pequenos proprietários, porque vinham da Europa com muitas esperanças, fundadas em promessas exageradas e de diflcü realização, pelo menos na fase inicial. E a maioria deles era formada por operários das industrias e minas, que não tinham nenhuma experiência anterior com o trabalho do campo.

Além desse problema fundamental devemos lembrar ausencia de uma liderança efetiva; a pressão exercida por alguns dos grandes proprietários, que certamente não viam com bons olhos o estabelecimento; as reduzidas dimensões do mercado consumídor para os produtos da colonia e as constantes crises do próprio Engenho Central que motivou a sua fundação.

Depois de sua desastrosa atividade como diretor do Núcleo Colonial Rodrigo Silva'', o padre VanEsse exerceu as funções de vigário em várias cidade do interior: Cajuru, Matão, São Carlos, Santa Barbara do Rio Pardo e depois em Curitiba. Terminou a sua vida como professor do Seminário Arquidiocessano de São Paulo.

Jonas Soares de Souza - Jornal  Cruzeiro do Sul, Sorocaba

3 de setembro de 1978 ‑ p.20
Avenida Armando Sales de Oliveira...Gole, Último Gole ou vila Progresso

Posto "Esso" dos Ambrózios

Superintendentes ( Ex-Diretores) do SAAE...



Engenhos de açucar acabaram com as nossas matas... 


De 1815 a 1830, nada menos de 80 engenhos novos são instalados nas terras de Itu, Porto Feliz e Piracicaba.
O engenho dependia de três condições para prosperar: terras próprias para os canaviais, de preferência a massapé; água abundante, para a moenda e demais atividades da fábrica; lenheiro próximo, suficiente para abastecer as fornalhas por muitas safras. Esta última condição, em face da imprevidência colonial - meia dúzia de povoadores perdidos num oceano de abundância que parecia inesgotável, e assim não cuidadosos de refazer as matas consumidas pela fábrica - era a que decretava a decadência do engenho. 
     Sem lenha, como tocar a indústria açucareira?
Nas imediações de São Paulo, de Itu, de Porto Feliz, as velhas propriedades entraram, por isso, em colapso. Os fazendeiros adquiriam sesmarias no sertão de Capivari, de Piracicaba, de Araraquara e transferiam-se para as novas terras com famílias, escravatura, rebanhos e maquinário do engenho. Assim se ia ampliando a faixa do povoamento e incorporando à economia local as glebas arrebatadas ao sertão.
O capitão Manoel José Vaz Botelho, para citar um entre centenas, justificando em juízo a venda de suas terras dos arredores de Porto Feliz, declarava que elas não mais o interessavam, pois não tinham mais lenha para a fábrica de açúcar, pelo que se ia para Capivari, onde havia ribeirões e mata virgem, portanto com "todos os cômodos".