Porto Feliz e a escravidão
.....os escravos formavam a mão-de-obra básica da produção açucareira, pois Porto Feliz era um dos municípios do “Quadrilátero do Açúcar”, área que, entre finais do século XVIII e
meados do XIX, vivenciou o desenvolvimento da atividade canavieira,
embora a vila também se dedicasse amplamente à produção de alimentos.
Eram 1.443 escravos em 1798, representando 35,9% da população total da
vila, passando para 4.928 (51,3%) em 1829, 4.122 (45,8%) em 1843, 1.567
(35,3%) em 1854, 1.547 (20,2%) em 1874 e 594 (10,2%) em 1886.
Antes de Dona Joana, em 1817, seu marido, Vicente Leme do
Amaral, libertara escravos com a condição de permanecerem com Dona
Joana até que esta morresse, mas, entre os testamentos do marido e da
esposa, alguns escravos alforriados tiveram filhos, que Dona Joana
considerou
libertos “em virtude do testamento” do marido. Para “evitar questões”
que talvez ocorressem, Dona Joana, enfática e repetidamente, determinava
que seriam “tidos por libertos os filhos dos escravos [...] que
nasceram depois da morte do dito meu marido”. Sua insistência faz crer
que ela não tinha certeza se suas últimas vontades seriam cumpridas.
O inventário de Dona Joana foi aberto em maio de 1844 e um
juiz mandou cumprir as disposições, “sem prejuízo de terceiros”
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