História das monções chega a Porto Feliz
Cidade começa a receber documentos inéditos que contam a saga dos bandeirantes
PORTO FELIZ - Documentos inéditos sobre as expedições de bandeirantes que, navegando pelo Rio Tietê, expandiram o território brasileiro para além da linha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas estão começando a chegar a Porto Feliz, a 125 quilômetros de São Paulo, vindos do outro lado do Atlântico. São reproduções dos relatos de viagens que contam a epopéia dos bandeirantes, cujos originais foram encontrados em bibliotecas e arquivos portugueses pelo historiador Jonas Soares de Souza. Em Porto Feliz, esse material vai compor o acervo do Arquivo Municipal, que vai ser inaugurado este ano como parte das comemorações dos 500 anos do descobrimento do Brasil.
Relíquias - Com o apoio da Comissão Nacional para Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, de Portugal, e sua afiliada brasileira, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, Souza conseguiu localizar cerca de 90 documentos sobre as monções no Rio Tietê e a história da colonização paulista. No arquivo da Torre do Tombo, em Lisboa, ele encontrou o diário da expedição de Custódio de Sá e Faria, que partiu de Porto Feliz em 1774. Mas o documento que mais chamou atenção foi o diário da navegação pelo Tietê de Theotônio José Zuzarte, em 1769, encontrado na Biblioteca Nacional, também em Lisboa. O texto, rico em informações sobre o rio e o Estado da época, será convertido em livro pelo Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Centro de Memória da Universidade de Campinas (Unicamp). O material sobre as expedições fluviais vai ocupar uma sala exclusiva no arquivo, que será instalado em um prédio da antiga Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). O edifício, construído no início do século, está sendo restaurado pela prefeitura. O prefeito Leonardo Rogado (PMDB) espera inaugurá-lo em outubro, quando a cidade estará realizando a Semana das Monções. O arquivo abrigará também coleções de documentos e fotos antigas sobre a cidade. Algumas dessas fotos são inéditas e foram obtidas por alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professora Luíza Carvalho Pires, em recente trabalho de pesquisa para a criação de uma agenda escolar. "Eles entraram no espírito dos 500 anos do Brasil e viraram a cidade do avesso para conseguir as fotos", contou a diretora, Olinda Khury.
Recompensa - Tanto esforço já resultou em uma compensação. Por causa do trabalho, a escola ganhará terminais de computadores com acesso à Internet. "Os alunos vão comunicar-se com seus colegas de escolas portuguesas", disse a diretora. (J.M.T.)
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