sábado, 9 de abril de 2016



Engenhos de açucar acabaram com as nossas matas... 


De 1815 a 1830, nada menos de 80 engenhos novos são instalados nas terras de Itu, Porto Feliz e Piracicaba.
O engenho dependia de três condições para prosperar: terras próprias para os canaviais, de preferência a massapé; água abundante, para a moenda e demais atividades da fábrica; lenheiro próximo, suficiente para abastecer as fornalhas por muitas safras. Esta última condição, em face da imprevidência colonial - meia dúzia de povoadores perdidos num oceano de abundância que parecia inesgotável, e assim não cuidadosos de refazer as matas consumidas pela fábrica - era a que decretava a decadência do engenho. 
     Sem lenha, como tocar a indústria açucareira?
Nas imediações de São Paulo, de Itu, de Porto Feliz, as velhas propriedades entraram, por isso, em colapso. Os fazendeiros adquiriam sesmarias no sertão de Capivari, de Piracicaba, de Araraquara e transferiam-se para as novas terras com famílias, escravatura, rebanhos e maquinário do engenho. Assim se ia ampliando a faixa do povoamento e incorporando à economia local as glebas arrebatadas ao sertão.
O capitão Manoel José Vaz Botelho, para citar um entre centenas, justificando em juízo a venda de suas terras dos arredores de Porto Feliz, declarava que elas não mais o interessavam, pois não tinham mais lenha para a fábrica de açúcar, pelo que se ia para Capivari, onde havia ribeirões e mata virgem, portanto com "todos os cômodos".

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