Porto Feliz e as Monções
As monções: 3 meses de canoagem...
As canoas - dezenas, e, às vezes, centenas - começavam a viagem pelo rio
Tietê, e, depois de 1.003 km, ganhavam o rio Paraná, subiam esse rio e ganhavam
o Pardo, enfrentavam o varadouro de Camapuã, com as canoas por terra, (rolando
sobre roliços toros de madeira, carregadas em carretas ou nos ombros dos
escravos ou dos índios capturados).
Vencendo obstáculos, repetindo esses sacrifícios em nada menos que 113
cachoeiras, saltos e corredeiras, alcançavam-se os rios Coxim, o Taquari e o
rio Paraguai ou, do Taquari, apanhavam-se Piquiry e, finalmente, o rio Cuiabá,
numa odisséia que demandava 3 a 4 meses.
Chegam alguns a garantir que, na vinda, uma turma de “roceiros” ficava à
margem do Rio, plantando lavoura de milho, arroz, feijão e mandioca.
Transporte fluvial: as canoas
Mais demorado talvez, mais trabalhoso em alguns trechos, menos oneroso,
quem sabe, era o meio de transporte por água, seguindo os caminhos percorridos
pelas monções até 1856, quando se partiu para a navegação fluvial de maior
porte e de maior alcance: a da Bacia do Prata.
A monção que conduziu o Governador Rodrigo César de Menezes fez o
trajeto até Cuiabá, em 1726 - pelo rio Tietê até atingir o Paraná. Alcançavam o
rio Pardo, o Camapuã, o Coxim, O Taquary, o Paraguai, e, então o rio Cuiabá,
como as demais monções.
No caso, acompanhavam o Governador da Província 100 embarcações,
conduzindo 1.500 acompanhantes, segundo Afonso E. Taunay:
Os canoeiros venciam nada menos que 541 léguas (ou 3.569 kms) de
distância a percorrer: 152 léguas no rio Tietê; 29, no Paraná; 75, no Pardo;
27, no Camapuã; 40, no Coxim; 90, no Taquari; 39, no Paraguai; 25, no Orudos e
64 no rio Cuiabá.
Aí é que chegavam a Cuiabá, depois de quatro meses de viagem...
Sim, quatro meses de vinda; quatro meses de volta!
Nenhum comentário:
Postar um comentário