Parque das Monções - Geologia - formação
O Parque das Monções está situado na cidade de Porto Feliz, cerca de 100 quilômetros de São Paulo. Trata-se de um espesso pacote de arenitos e arenitos conglomeráticos de granulação heterogênea, formando camadas delgadas a bancos cuja espessura pode alcançar várias dezenas de metros. São maciços ou mostram estratificação plano-paralela, podendo ocorrer também marcas de onda, estratificação cruzada e acamamento gradacional. Segundo a geologia convencional suas características indicariam uma sedimentação do tipo fluvial/deltáica. Os deltas são sedimentos depositados na desembocadura dos rios em um corpo aquoso como lagos ou oceanos.
As rochas do Parque das Monções estão incluídas na Formação tararé, uma unidade litológica da Bacia do Paraná de idade presumidamente carbonífera. Estas rochas apresentam uma complexa associação de fácies, quase todas detríticas, sucedendo vertical e horizontalmente de maneira mais ou menos rápida podendo atingir 1300 metros de espessura. Predominam arenitos de granulação heterogênea, mineralogicamente imaturos, passando a arenitos feldspáticos e mesmo a arcósios. Embora constituída quase inteiramente de sedimentos clásticos (pequenos fragmentos de rocha erodidos de uma fonte externa), localmente podem ocorrer delgadas camadas de carvão e calcário(1) . São encontrados fósseis de braquiópodes, pelecípodes, gastrópodes e crinóides indicando, portanto, um ambiente marinho. Restos vegetais também são muito comuns destacando-se a presença de Glossopteris, uma variedade extinta de plantas do grupo das Pteridospermas. Segundo a interpretação criacionista, as rochas da Formação Itararé estariam relacionadas às fases iniciais do dilúvio num momento de sedimentação clástica bastante ativa quando da invasão do mar sobre os continentes (fase transgressiva).
Estes sedimentos seriam produzidos pela ação de fortes correntes sobre áreas mais elevadas, os quais seriam depositados nas porções mais deprimidas ocupadas pelos mares epicontinentais. A presença de sedimentos imaturos como arenitos feldspáticos e arcósios indicam um transporte rápido em direção à bacia de sedimentação não havendo tempo suficiente para a maturação e classificação da fração terrígena.
A Bacia do Paraná e o Dilúvio: autor Marcos Natal de Souza Costa
..aqui o inicio do texto para compreender o texto acima....e saber sua origem.
A Bacia do Paraná e o Dilúvio: Por Marcos Natal de Souza Costa
Introdução:
A Bacia do Paraná constitui-se numa espessa seqüência sedimentar que, segundo a geologia convencional, teria se estabelecido sobre a Plataforma Sul-Americana a partir do Devoniano Inferior ou mesmo Siluriano. De acordo com a interpretação criacionista, estes sedimentos teriam se acumulado por ocasião do dilúvio bíblico narrado no livro de Gênesis a poucos milhares de anos atrás. Cobre uma extensa área envolvendo os estados brasileiros de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, sul de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás além de porções do Uruguai, Paraguai e Argentina. A constante subsidência da bacia permitiu a acumulação de grande espessura de sedimentos, lavas basálticas e sills de diabásio, atingindo na região mais profunda mais de cinco mil metros.No final do 4o Encontro Nacional de Criacionistas realizado em janeiro de 2002 no Centro Universitário Adventista de São Paulo, Brasil, foi realizada uma excursão geológica na Bacia do Paraná com o objetivo de observar em campo alguns dos conceitos apresentados durante o evento além do reconhecimento de feições geológicas relacionadas ao dilúvio de Noé. Na ocasião, foram visitadas seis localidades com características peculiares de processos que teriam ocorrido durante o dilúvio e que permitiriam hoje sua reconstituição. A seguir, será apresentada uma síntese dos pontos visitados durante a excursão com ênfase numa interpretação geológica baseada em modelos catastrofistas.
Conclusões
A excursão geológica à Bacia do Paraná no Estado de São Paulo permitiu o reconhecimento de feições sedimentares relacionadas a uma grande inundação que, segundo a interpretação criacionista, seria atribuída ao dilúvio bíblico de Noé. De maneira geral, quando se sobe na estratigrafia é possível reconhecer uma fase transgressiva indicativa do avanço do mar sobre os continentes, seguida de uma fase de calmaria e finalmente de uma fase regressiva marcada por sistemas deposicionais característicos de áreas continentais.A presença de depósitos glaciais não é incompatível com um dilúvio universal uma vez que a quantidade de poeira vulcânica emitida para a atmosfera em função da intensa atividade vulcânica criaria as condições para quedas bruscas de temperatura e a formação localizada de grandes blocos de gelo.
A persistência da natureza continental dos sedimentos acumulados sobre a Formação Piramboia indica que esta unidade teria marcado, nesta porção da Bacia do Paraná, o recuo das águas da face da terra e a retomada dos processos sedimentares de natureza continental.
Mesmo considerando que muitas das feições observadas favorecem os modelos catastrofistas para a deposição dos sedimentos da Bacia do Paraná, cabe ressaltar que estas interpretações são de caráter parcial, necessitando-se ainda inúmeros trabalhos nas áreas da estratigrafia e da sedimentologia para a corroboração final destes modelos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
(1) Mapa Geológico do Estado de São Paulo. Programa de Desenvolvimento de Recursos Minerais – Pró-Minério, 1981.
(2) Simpson, J. E. 1982 – Gravity currents in the laboratory atmosphere and ocean. Ann. Rev. Fluid Mech., 14:213-234.
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